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O Evangelho Segundo Paulo

por T. Austin-Sparks

Capítulo 5 - Em Sua Carta Aos Filipenses

Continuando nossa investigação sobre o que o apóstolo quis significar com suas palavras ‘o evangelho que prego’, tomamos em nossas mãos a pequena carta escrita por Paulo aos Filipenses. Embora esta foi uma das últimas escritas de sua prisão em Roma, um pouco antes de sua execução, ao final de uma longa, plena vida de ministério e serviço - descobrimos que ele ainda está falando de tudo como ‘o evangelho’. Ele não deixou o evangelho, ele não foi para além do evangelho. De fato, ao final ele está mais do que nunca consciente das riquezas do evangelho que está muito além dele. Aqui estão as referências que ele faz nesta carta em relação ao evangelho: ‘Dou graças ao meu Deus... Pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora.’ (Fl 1.3,5) ‘Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho.’ (1.7)

‘Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho. Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.’ (1.16-18) ‘Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai.’ (2.22) ‘E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.’ (4.3) ‘Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição. E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente;’ (4.13-15). Você vê, há muito sobre o evangelho nesta carta. Digo ‘pequena’ carta. Esta carta é semelhante a uma linda jóia na coroa de Jesus Cristo, ou como uma pérola cujas cores são o resultado de excepcional dor e sofrimento. É algo muito caro e muito precioso. No que diz respeito aos presentes capítulos e versículos, é uma carta pequena. É uma das menores cartas de Paulo, porém, em seus valores intrínsecos, ela é imensa; e como uma real demonstração do que é o evangelho, há poucas coisas no Novo Testamento a ser comparado a ela. A que realmente chegamos nesta carta não é apenas uma demonstração do que o evangelho é em verdade, mas um exemplo do que o evangelho é em efeito. Olhe para ela novamente, discorra sobre ela com o coração aberto, e penso que o seu veredicto será - certamente deveria ser - ‘Bem, se isto é o evangelho, dê-me o evangelho! Se isto é o evangelho, é algo que vale a pena se ter!’ Este certamente é o efeito de se ler esta carta. Ela é um exemplo maravilhoso do evangelho em expressão.

A Carta do Regozijo de Triunfo

Mas na medida que a lemos, descobrimos que ela se reduz a isto: Ela é, talvez, mais do que qualquer outra carta no Novo Testamento, a carta do regozijo de triunfo. Regozijo flui através desta carta. O apóstolo está repleto de alegria. Parece que ele mal consegue se conter. No último capítulo, falávamos de seus superlativos em relação ao grande chamado da Igreja no evangelho. Aqui o apóstolo está encontrando dificuldade para expressar-se quanto à sua alegria. Olhe você para isto. Olhe apenas para as primeiras palavras, sua introdução, e veja. Mas isto flui por toda a carta até o final. Ela tem sido chamada de a carta do regozijo de Paulo em Cristo, mas é uma alegria de triunfo, e triunfo em três direções. O triunfo de Cristo; triunfo em Paulo; e triunfo nos cristãos em Filipos. Isto realmente resume toda a carta: o triunfo tripartite com seu regozijo e exultação transbordante.

O Triunfo De Cristo

Primeiramente, triunfo em Cristo e de Cristo. É nesta carta que Paulo nos dá aquela incomparável revelação do grande ciclo da redenção - o curso sublime tomado pelo Senhor Jesus em Sua obra Redentora. Nós O vemos, antes de tudo, na posição de igualdade com Deus: igual com Deus, e tudo o que isto significa - tudo o que isto significa para Deus ser Deus. Quão grande é isto! - quão pleno, quão elevado, quão majestoso, quão glorioso! Paulo aqui diz que Jesus existia em igualdade com Deus. E, então, ‘não tendo por usurpação ser igual a Deus, esvaziou-se a Si mesmo’. Ele se esvaziou de tudo aquilo, abriu mão, pôs de lado, desistiu daquilo. Apenas imagine sobre o que Ele iria ter em troca. Esses são pensamentos quase impossíveis de se imaginar: Deus, em toda a Sua infinita plenitude de poder e majestade, em Seu domínio de glória e plenitude eterna, permitindo que homens de Sua própria criação, até mesmo os mais desprezíveis deles, cuspissem Nele, zombassem e escarnecessem Dele. Ele colocou isto de lado; esvaziou-se a si mesmo, assumiu a forma de homem; e não apenas isto, mas ainda sem qualquer direitos pessoais; sem quaisquer privilégios, sem títulos. A Ele não foi permitido escolher por Si mesmo, seguir por seu próprio caminho, e muito mais. Paulo diz que Jesus assumiu a forma de servo.

E, então, ele continua e diz que ‘Ele Se humilhou a Si mesmo, tornou-se obediente até a morte’: e não uma morte gloriosa, não uma morte da qual as pessoas falassem em termos de elogio e admiração. ‘Sim’, diz o apóstolo, ‘morte de cruz’ - a morte mais vergonhosa e infame, com tudo que isto significa. Como você vê, o mundo judaico, o mundo religioso daquele tempo, tinha escrito em seu livro que maldito por Deus era aquele que fosse pendurado no madeiro. Jesus foi obediente a ponto de ser encontrado no lugar de alguém amaldiçoado por Deus. Foi assim que eles olharam para Ele - como um maldito de Deus. E, quanto ao resto do mundo, o mundo gentio, toda a sua concepção daquilo que devia ser adorado como alguém que jamais pudesse ser vencido, alguém que jamais pudesse ser achado numa situação que pudesse causá-lo vergonha, alguém que pudesse se apresentar ao mundo como um sucesso - esta era a sua idéia de um deus. Porém aqui está este Homem na cruz. É Ele um sucesso? Isto não é nenhum sinal de sucesso. Isto não é indicação de força humana. Isto é fraqueza. Não há nada honroso a respeito disso - É uma desgraça. Isto é humanidade no seu pior.

E, então, o ciclo muda, e o apóstolo irrompe aqui e diz: ‘Por isso também, Deus soberanamente o exaltou, e lhe deu um nome que está acima de todo nome; para que ao nome de Jesus todo joelho se dobre’ - mais cedo ou mais tarde; seja reconhecê-Lo com alegria como Senhor, seja reconhecê-Lo forçadamente; mais cedo ou mais tarde, no determinado conselho do Deus Altíssimo, isto acontecerá; ‘e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória do Pai’. Que ciclo! Que triunfo! Você não pode encontrar triunfo maior do que este: e Paulo chama isto de evangelho. São as boas novas do tremendo triunfo de Cristo. Ele triunfou neste ciclo, e tudo isto que está incluído no triunfo é evangelho. Nós não podemos discorrer longamente sobre isto, quanto ao porquê Ele fez isto, ou o que ele efetivou através disto, o que Ele assegurou com isto. Tudo isto é evangelho. Mas o fato é que desta forma Cristo realizou uma tremenda vitória. Em todo o ciclo do céu e da terra, das maiores alturas às maiores profundezas, Ele triunfou. Paulo descobre uma alegria indizível em contemplar isto. Isto é o que ele chama de boas novas, o evangelho - triunfo em Cristo.

Triunfo Na Própria História Espiritual De Paulo

Paulo, então, vem em si mesmo, e nos dá nesta carta quase uma autobiografia. Ele nos fala algo de sua própria história antes de sua conversão, quanto a quem e o que ele era, e onde ele estava, e o que ele tinha. Naturalmente, não foi nada comparado ao que o seu Senhor tinha tido e o que tinha renunciado. Mas o próprio Paulo, como Saulo de Tarso, tinha muita coisa por nascimento, por herança, por criação, por educação, por estatus, por prestígio, e tudo mais. Ele tinha muita coisa. Ele nos fala sobre isso aqui. Tudo de que o homem poderia se gabar - ele tinha. E, então, ele encontrou Jesus, ou Jesus lhe encontrou; e a coisa toda, ele disse - tudo o que ele tinha e possuía - tornou-se em suas mãos como cinza, como escória! ‘Reputei como perda’.

Muitas pessoas têm esta falsa idéia sobre o evangelho, que, se você abraçar o evangelho, se você se tornar um cristão, se você se converter, ou seja lá como você possa colocar isto, você irá ter que perder ou desistir de algo, você tem que desistir disso e de mais alguma coisa. Se você se tornar um cristão, isto será apenas uma longa história de renunciar, renunciar, renunciar, até que mais cedo ou mais tarde você esteja destituído de tudo. Ouça! Aqui está um homem que tinha muito mais do que você tem ou já teve. Não podemos nos comparar a este homem em sua vida natural, em tudo o que ele foi e em tudo o que ele tinha, e todas as perspectivas que estavam diante dele, como um homem jovem. Quase não há dúvida de que, se Paulo não tivesse sido um cristão, o seu nome teria sido esquecido na história, juntamente com alguns outros nomes muito famosos de sua época. Porém ele diz - não nessas palavras, mas em muitas outras além dessas: ‘Quando encontrei o Senhor Jesus, tudo para mim se tornou perda’. Renunciou? Quem irá achar qualquer sacrifício em desistir de uma vela quando encontrou o sol? Sacrifício em que? Oh, não! ‘Em comparação a Cristo, considero tudo como escória’. Que vitória! Que triunfo! Como você vê, esta renúncia - bem, vamos colocar assim, se você quiser - porém, Paulo está muito feliz a respeito. Este é o ponto. É a alegria de Paulo, a alegria de uma vitória tremenda em si mesmo.

Triunfo No Ministério de Paulo

Porém mais, aqui está a história de uma grande vitória em seu ministério, em sua obra. Recordamos a história de como ele foi a Filipos. Ele tinha estabelecido ir à Ásia, para pregar o evangelho lá, e estava em seu caminho, quando, naquela misteriosa providência de Deus que somente se explica mais adiante, e nunca antes, ele foi proibido, impedido, barrado. O dia se encerrou com um caminho fechado, com uma viagem barrada. Ele estava perplexo quanto ao significado disso; ele não entendeu. Servindo ao Senhor durante aquela noite, ele teve uma visão. Ele viu um homem da Macedônia - Filipos fica na Macedônia - dizendo: ‘Passa à Macedônia, e ajuda-nos’ (At 16.9). E Paulo disse: ‘Procuramos ir...concluindo que o Senhor tinha nos chamado para pregar o evangelho a eles’. Assim, desviando-se da Ásia, voltou-se ele para a Europa, e foi para Filipos. Algumas vezes, contratempos e mudanças de planos podem ser um bom terreno de uma grande vitória. Deus pode obter muito pondo de lado nossos queridos planos, e mudar tudo para nós. - Mas continuando. Paulo veio para Filipos. E o Diabo sabia que ele tinha vindo, e se pôs à obra e disse, em efeito: ‘Não se eu puder impedir, Paulo!’ Vou fazer este lugar muito quente para você ficar aqui!’ E ele se pôs a trabalhar, e, logo Paulo e seus companheiros foram parar numa masmorra, com seus pés amarrados, sangrando do açoite que tinham recebido. Bem, isto não parece muito com uma direção Divina! Onde está a vitória disto? Mas espere. O próprio carcereiro e sua família foram salvos naquela noite. Eles vieram para o Senhor e foram batizados. E quando, anos mais tarde, em outra prisão em Roma, Paulo escreveu esta carta para os santos que tinha deixado em Filipos, ele colocou numa frase como esta: ‘meus amados e mui queridos irmãos’. (Fp 4.1). Gostaria de pensar que o carcereiro e sua família estavam incluídos nisto. ‘Amados e mui queridos irmãos’. E na mesma carta ele diz: ‘E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho;’ (Fp 1.12). É um quadro de triunfo, não é? - o triunfo em sua vida e em seu ministério.

Triunfo Nos Sofrimentos De Paulo

E ele triunfou em seus sofrimentos. Ele fala algo sobre seus sofrimentos nesta carta, os sofrimentos que estavam sobre ele, como ele escreveu; porém, tudo isto está numa nota e espírito de triunfo. Ele diz: ‘Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.’ (1.20) Não há qualquer traço de desespero aí, há? ‘Tanto agora, como sempre, Cristo deve ser engrandecido em meu corpo, seja pela vida ou pela morte’. Isto é triunfo. Sim, isto é triunfo, isto é alegria. Porém mais: ele disse: ‘Cristo manifestado em minhas cadeias’. Uma coisa maravilhosa, esta! Trazido para Roma, algemado por um soldado da guarda romana, nunca permitido mais do que uma certa medida de liberdade - e, contudo, você não pode calar este homem! Ele tem uma coisa que ‘está livre’ o tempo todo, e que percorreu por toda guarda pretoriana (1.3). Se você soubesse algo sobre a guarda pretoriana, você diria: ‘Isto é triunfo!’ No próprio quartel general de César, e um César tal qual ele era, o evangelho é triunfante. Foi falado a respeito do evangelho por toda guarda pretoriana! Sim, há triunfo em seus sofrimentos, em suas cadeias, em suas aflições. Isto não é apenas palavra. É um triunfo glorioso; e isto é o evangelho em ação, o evangelho em expressão.

Triunfo Nos cristãos de Filipos

E este triunfo não se deu apenas em Cristo e em Paulo, mas nos filipenses. É uma linda carta de triunfo da graça Divina nesses filipenses. Você pode ver isto, primeiramente, em sua resposta; e você realmente precisa saber algo sobre Filipos naqueles dias. Você possui apenas uma pequena idéia do que aconteceu a Paulo. Você sabe sobre o templo pagão, com seu terrível sistema de mulheres escravas, e tudo isto está ligado com aquela coisa horrível. Assim que Paulo e seus companheiros saíram pelas ruas de Filipos, uma daquelas jovens mulheres, da qual se diz que tinha um espírito de pitonisa, um demônio de adivinhação, uma verdadeira possessão de Satanás, persistentemente seguia e gritava após eles. Este é o tipo de cidade que Filipos era, e Paulo descobre que é possível escrever uma carta como esta para crentes numa cidade como aquela. Não é isto triunfo? Penso que haver uma igreja absolutamente em Filipos é uma coisa, porém, uma igreja como esta é algo mais. E não é somente na resposta deles ao evangelho, que tanto custou a eles. Olhe novamente para a carta, e veja o amor mútuo que eles tinham um pelo outro. Isto de fato é uma jóia na coroa de Cristo. Esta carta tem sido chamada de a carta do grande amor de Paulo. Todas as coisas fluem com amor, e isto é por causa do amor que eles tinham uns pelos outros. Amor deste tipo não é natural. Esta é a obra da Graça Divina nos corações humanos. Esta carta fala de um grande triunfo. Se há algo a acrescentar, podemos lembrar que, quando Paulo estava em necessidade, foram essas pessoas que se preocuparam com as suas necessidades e enviaram-lhe ajuda. Eles se preocuparam com o homem a quem eles deviam tanto pelo evangelho. Bem, tudo isto constitui este tremendo triunfo. Esta é uma carta de triunfo, não é? Provamos o nosso ponto de vista, penso eu. Repito: Este é o evangelho! Mas Paulo diz que essas pessoas de Filipos, esses crentes, são modelo - são exemplo; e assim, o que temos que fazer ao final desta revisão é perguntar: ‘o que é o evangelho, no que diz respeito a esta carta? Quais são as boas novas aqui? As boas notícias? Como pode este tipo de coisa ser repetida e reproduzida?’

OBJETO

O Segredo do Triunfo

Nós não estamos lidando com pessoas de virtudes peculiares, um tipo especialmente fino de pessoa. É apenas homem, pobre, humanidade frágil: a partir disso pode tal coisa ser repetida, reproduzida? Podemos nós esperar por alguma coisa como essa hoje? Seriam boas novas se isto pudesse ser provado para nós que há um caminho de se reproduzir esta situação hoje, não seriam? Como, então? Há nesta carta uma frase chave? Temos procurado em nossos estudos nessas cartas reunir tudo em alguma frase característica de cada. Há tal frase nesta carta que nos dê a chave para isto tudo, a chave para nós mesmos entrarmos na grande vitória de Cristo e em todo o valor disso? Podemos achar a chave para nos abrir a porta para a posição que Paulo ocupava - de modo que tudo o que este mundo possa oferecer e que possa ser colocado à nossa disposição seja sem gosto, insignificante, em comparação a Cristo? Há uma chave que possa nos abrir a porta para aquilo que os filipenses tinham alcançado? Penso que há, e penso que você a encontra no primeiro capítulo, na primeira sentença do verso 21: ‘Pois para mim o viver é Cristo’. Esta é a boa notícia do fascinante Cristo. Quando Cristo realmente cativa, tudo acontece e tudo pode acontecer. Foi assim com Paulo e com aquelas pessoas. Cristo simplesmente tinha cativado a todos eles. Eles não tinham outro propósito na vida além de Cristo. Eles podem ter tido seus negócios, seus comércios, suas profissões, diferentes ocupações no mundo, porém eles tinham apenas um propósito, preocupação e interesse dominante - Cristo. Para eles Cristo estava acima de todas as coisas. Não há outra palavra para isto. Ele simplesmente os cativou.

E vejo, caros amigos, que isto - simples como possa soar - explica tudo. Explica Paulo, explica esta Igreja, explica esses crentes, explica o amor mútuo que tinham. Isto resolveu todos os seus problemas, removeu todas as suas dificuldades. Oh, isto é o que nós precisamos! Se tão somente você e eu fôssemos assim, se fôssemos, afinal de contas, cativados por Cristo! Não posso transmitir isto para você, porém, na medida que olhei para esta verdade - olhado para ela, lido, pensado a respeito - senti algo mover em mim, algo inexplicável. Afinal de contas, nove de cada dez de todos os nossos problemas podem ser ligados ao fato de que temos outros interesses pessoais nos influenciando, governando-nos, controlando-nos - outros aspectos da vida que não Cristo. Se apenas isto pudesse ser verdade, que Cristo nos capturasse, nos cativasse, nos governasse, e se tornasse - usarei a palavra - uma obsessão, uma gloriosa obsessão! Penso que isto é o que o escritor do hino quis significar quando escreveu: ‘Jesus, Amor da minha alma’, e quando mais adiante diz: ‘Mais do que tudo em Ti eu encontro’. Quando for desta maneira, estaremos cheios de alegria. Não há arrependimentos em ter desistido de tudo. Ficamos cheios de alegria, cheios de vitória. Não há espírito de derrota absolutamente. É a alegria de um grande triunfo. É o triunfo de Cristo sobre a vida. Sim, tem sido, e porque tem sido, pode ser novamente. Porém isto precisa de algo mais do que apenas um tipo mental de apreciação. Podemos tão facilmente esquecer o ponto. Podemos admirar as palavras, as idéias; podemos cair nelas como uma bonita apresentação; mas, oh, precisamos que o nosso ego seja varrido - nossas reputações, tudo que esteja associado conosco e com a nossa própria glória - que Aquele que cativa possa ser o Único em vista, o único com reputação, e nós aos Seus pés. Este é o evangelho, as boas novas - quando Cristo realmente cativa, o tipo de coisa que está nesta carta acontece, realmente acontece. Vamos pedir ao Senhor por esta fascinação de vida de Seu Filho amado?

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