por T. Austin-Sparks
Reunião 8 – Glorificando a Deus
26 de Fevereiro de 1957 em Tainan, Taiwan.
Bem, caros amigos, eu não posso dizer aquilo que o irmão Madsen acabou de nos falar, pois, esta não é a minha primeira vez com vocês; sou um velho amigo, ou, devo dizer, vocês são meus velhos amigos, e estou muito feliz em estar novamente com vocês por este pequeno espaço de tempo. Agora vou dizer algo a vocês que poderá surpreendê-los. Muitos rostos aqui têm sido vistos na Inglaterra, na América, e na Dinamarca. Talvez vocês se perguntem como pode ser isto? Bem, antes de mais nada, vocês sabem, amigos, quando estive aqui da última vez, muitas fotografias foram tiradas aqui no corredor, e eu as levei de volta para a Inglaterra, e as mostrei num telão para os irmãos e irmãs em Londres. O resultado foi que eles têm orando por vocês desde que olharam para as suas faces, e eles pensam que conhecem vocês. E toda semana eles oram por vocês lá em Londres.
Então, levei estas fotos para a Dinamarca, e as mostrei para uma grande multidão de cerca de oitocentas pessoas. Assim, tem aproximadamente oitocentas pessoas na Dinamarca que viram os rostos de vocês. E, após mostrar as fotografias a eles, houve um maravilhoso derramar de oração por vocês, e, um dos resultados é que o nosso irmão e irmã Madson estão aqui. E, então, levei as fotografias para a América, e a mesma coisa aconteceu lá. Assim, vocês são bem conhecidos em todo o mundo, e espero que não seja apenas uma questão de interesse, mas sim que isso possa ser um grande encorajamento para vocês aqui.
Vocês estão aqui nesta cidade e, talvez, algumas vezes vocês se sintam bem distante do resto do mundo; talvez vocês pensem que esta ilha seja seja uma das mais distantes dos demais países; mas vocês estão vivendo as suas vidas aqui; estão procurando servir ao Senhor, e, algumas vezes, sentem-se muito sozinhos. Vocês podem sentir que são um pequeno povo numa pequena ilha distante. Bem, como acabei de lhes dizer, e irei mostrá-los, isto não é verdade, pois vocês realmente fazem parte desta grande família, e têm muitos irmãos e irmãs em todo o mundo orando por vocês. Espero que esta notícia traga algum encorajamento a vocês.
Vocês sabem, algumas vezes, quando viajo para longe de casa, e as coisas ficam bem difíceis, frequentemente eu me volto para o Senhor em oração e digo: "Senhor, há muitas pessoas orando por mim, e aqui, por fé, eu recebo a resposta dessas orações". Vocês sabem, sempre que eu oro desta maneira, sinto-me completamente diferente. É como se as orações dos irmãos fossem respondidas naquele exato minuto. Quando vocês estiverem passando por um momento de dificuldade, o que precisam é apenas lembrar o Senhor de que aqueles irmãos em Londres, na Dinamarca e na América, estão orando por vocês, e, numa atitude de fé, digam que recebem a resposta das orações dos irmãos, e eu tenho certeza de que vocês irão se sentir melhor. Como preparação, isso é tudo, embora seja útil.
Nós não estamos aqui para falar sobre aquilo que estamos fazendo, mas estamos aqui para falar sobre o Senhor Jesus. É somente Ele quem realmente pode nos ajudar. Eu não me proponho dar a vocês um discurso esta manhã, mas, neste pouco tempo que temos juntos, apenas vou falar a vocês, e, quando o nosso tempo se esgotar, então irei parar. Quero falar sobre aquilo que acredito ser uma das partes mais maravilhosas da Bíblia. É uma parte que contém muita coisa em si, a qual jamais poderemos esgotar.
Alguns de nós a temos lido muitas vezes, mas, sempre que voltamos a ela, sempre sentimos que ainda não alcançamos o fundo. Vocês devem estar se perguntando que parte é esta; bem, deixe-me dizê-la logo a vocês; está no evangelho de João, capítulo 17. Apenas quero dizer a vocês do que trata o capítulo, sem que tenhamos que ir a ele. É aquela maravilhosa oração do nosso Senhor Jesus ao Seu Pai. Observem como ela começa: -
"Disse Jesus Essas Palavra ..."
Esta pequena frase nos faz retomar os últimos capítulos. Em todos esses capítulos, Jesus estava falando para os Seus discípulos. Estava tentando derramar o Seu coração para eles, assim, temos esses maravilhosos capítulos do 13 ao 16.
Tudo o que Jesus estava tentando dizer para os Seus discípulos, Ele não estava achando nada fácil. Ele lhes disse que havia muitas coisas para serem ditas, mas eles ainda não podiam suportar. Ele queria dizer que havia muitas coisas em Seu coração, mas Ele não podia dizê-las a eles, porém, estamos todos muito contentes por Ele ter dito o que disse. Mas, então, Ele chegou a um ponto onde sentiu que não podia dizer mais nada, e, então, orou. Eu me pergunto se vocês já se sentiram desta maneira quando estavam ministrando. Você sente que tem muitas coisas no seu coração, e quer dizê-las, porém, não consegue, e, então, você diz: "Bem, devemos orar a respeito disto..." e você encontra alívio na oração.
Assim, Jesus repentinamente parou de falar a eles e se voltou para o Pai, e começou a conversar com Ele. Jesus não teve dificuldade aí. Nessa oração nós temos uma maravilhosa plenitude do coração do Senhor Jesus. Demandará bastante tempo para que vocês possam entender todas as coisas que Jesus disse em Sua oração. Vocês sabem, Jesus não tinha a menor dificuldade em conversar com o Seu Pai, absolutamente. Ele simplesmente podia derramar o Seu coração. E, embora os discípulos não pudessem entender o que Jesus estava dizendo, Ele, porém, sabia muito bem que o Pai o compreendia perfeitamente. É algo maravilhoso ter alguém que entende; alguém com quem você pode abrir a sua boca livremente, e isto é o que temos aqui nesta oração; Jesus está falando com o Seu Pai. Ele sabe que o Pai o compreende, e, por isso, Ele pode se expressar livremente.
Agora, quando olhamos para esta oração, desejamos descobrir o que está no próprio coração dela. Será que há alguma parte desta oração que possa servir de chave para todo o resto? Eu penso que sim. E penso que a chave está no versículo 4. Vocês estão com as suas bíblias, e poderão achar a chave para toda esta oração nesse versículo: "Eu Te glorifiquei nesta terra, e completei a obra que Tu me deste para fazer". E, então, fazemos uma pergunta, mas, antes disso, vocês percebem que a afirmação possui duas partes. Como Jesus glorificou o Pai na terra? E, então, outra pergunta: qual foi a obra que Jesus recebeu do Pai, a qual Ele completou? As respostas a essas duas perguntas podem ser de grande ajuda para nós se nós conseguirmos compreendê-las.
Primeiro:-
Como Jesus Glorificou o Pai na Terra?
O que vocês acham que mais glorifica a Deus? Naturalmente, esta é uma grande pergunta. Não espero que vocês a respondam neste exato momento. A resposta a esta pergunta é bastante abrangente. Teremos que olhar lá para o início da Bíblia, a fim de encontrarmos o começo da resposta lá. É-nos dito a maneira como Deus criou o homem, e a Bíblia nos diz porque Deus criou o homem.
Eu me pergunto se vocês sabem por que Deus criou o homem? Bem, há uma pequena e simples resposta. Deus criou o homem para a Sua própria glória. Deus quis que o homem fosse uma representação dele mesmo. Isto é o que foi dito quando Deus criou o homem: “E disse Deus, façamos o homem à nossa própria imagem e semelhança”. O homem foi criado para ser uma expressão de Deus, de modo que, quando você olhasse para o homem, pudesse ver como Deus é, e, também, pudesse dizer que Deus é um Deus maravilhoso! Era para ter sido desta maneira. É isso o que Deus pretendia quando Ele criou o homem; que todos que olhassem para o homem pudessem dizer: “Que Deus maravilhoso para ter criado este tipo de ser!" Esse é o motivo que levou Deus a criar o homem. Mas, então, todos sabemos o que aconteceu. O homem deu errado e, a partir desse momento em diante, ninguém mais poderia olhar para o homem e dizer: “Deus é um Deus maravilhoso". Deus perdeu aquilo que Ele esperava ter no homem.
Deus perdeu o próprio propósito que o levou a criar o homem, e é por isso que o homem não glorificou a Deus. Nenhuma glória foi trazida a Deus por causa do homem. Nós sabemos quão verdadeiro isso é. Nós nem precisamos ler isso na Bíblia, pois conhecemos bem essa verdade por nós mesmos. Quão pouca coisa há em nós que glorifica a Deus. Estaríamos corretos se disséssemos que jamais houve um homem que verdadeiramente glorificasse a Deus. Nunca houve um homem que realmente satisfizesse a Deus em relação ao Seu propósito eterno, exceto um, que é Jesus Cristo. Deus teve aquilo que Ele sempre quis ter no homem em Seu Filho. Aqui está um homem que satisfaz plenamente a Deus. A respeito dele Deus pode dizer: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.
Agora, este Homem viveu aqui neste mundo; foi tentado de todas as maneiras que nós somos. Ele foi submetido a todas as provas e tentações que ocorrem ao homem. Ele não pode contar com nada neste mundo que pudesse lhe ajudar a ser um bom homem. Tudo foi difícil para Ele, do nascimento à morte. Seu nascimento foi difícil; não havia quaisquer condições favoráveis; Ele nasceu num estábulo, e seu berço foi uma manjedoura. E, então, Ele foi criado num lar humilde, onde tudo era difícil, pois havia pouquíssimos recursos; só havia trabalho duro. E, também, Ele foi criado numa cidade muito difícil. Vocês se lembram que mais tarde, quando alguém disse: “Achamos o Messias, Jesus de Nazaré”, e, então, a pessoa a quem isso foi dito, respondeu: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” Vocês sabem, Nazaré era uma cidade muito pobre para se viver. Este homem achava que nada de bom poderia vir de lá. Foi dito, "As raposas têm os seus covis; as aves têm os seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a Sua cabeça”. Ele nasceu num estábulo, e, então, morreu e foi sepultado no túmulo de outra pessoa. O apóstolo disse que era verdade que Ele foi um homem desprezado, e que não é fácil viver uma vida que glorifica a Deus, mas, contudo, Jesus satisfez plenamente a Deus quanto ao Seu propósito em relação ao homem, e, desta maneira, Ele glorifica a Deus.
Durante todas as tentações, Ele jamais pecou; jamais, em qualquer área, desviou-se de Seu Pai por alguma dúvida ou descrença. Bem, Deus encontrou em Jesus exatamente aquilo que Ele queria quando criou o homem. Creio que todos concordamos em relação a isso. Esta é a primeira maneira na qual Ele glorifica a Deus. Mas, talvez vocês estejam perguntando: “Como isso nos afeta?” Esta é a segunda parte da história. "Eu tenho Te glorificado na terra”. O que Deus fez com este Homem? Ele o levou para o céu e disse algo muito maravilhoso: “Tudo isto que Meu Filho é, eu coloco à disposição de todo aquele que crer nEle". Vocês entendem o que isto significa?
Todos concordamos que Deus jamais poderia condenar o Seu Filho. Não havia absolutamente nada na vida de Jesus que Deus pudesse condenar. Satanás jamais poderia apontar o seu dedo para Jesus e o acusar de alguma falta; não havia condenação. Nem Deus, nem Satanás, poderia condená-lo; e Jesus podia se voltar para o homem e dizer: “Quem de vocês pode me convencer de algum pecado? Nem Deus, nem o homem, pode me condenar". O que diz Deus? "Se vocês crerem no Senhor Jessus, então, isso é o que eu irei reconhecer em vocês. Irei colocar tudo isso à disposição de vocês". Então, o apóstolo disse: “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Não é algo maravilhoso? Nem Deus irá nos condenar, e nem Satanás poderá ser capaz de nos condenar se estivermos em Cristo Jesus.
A coisa mais importante que é dita sobre Jesus, após ter Ele vivido aqui nesta terra, é que Ele foi recebido no céu. Gosto muito da forma como a frase está colocada. Não está dito que Jesus voltou para o céu; não está dito que Ele ascendeu da terra e foi para o céu. Naturalmente, isso é verdade, mas, a Bíblia sempre coloca as coisas da forma mais correta, e a maneira de ela descrever o que realmente aconteceu a Jesus é: Ele foi recebido no céu. As portas do céu se abriram completamente para Ele, e todos no céu disseram: “O Senhor pode entrar; Tu és o tipo correto de pessoa para entrar aqui; Tu és a pessoa que satisfaz a Deus, por isso, este é o lugar certo para Ti”.
Jesus nos diz que, após a Sua ressurreição, Ele subiu para o Seu Pai. Gosto de imaginar o que aconteceu, então. Se tivéssemos que colocar isso numa linguagem humana, poderíamos dizer o seguinte: o Pai saiu para se encontrar com o Seu Filho, e, então disse: "Bem-vindo ao lar, meu Filho! Estou muito alegre que você esteja aqui; todos estamos alegres por você estar de volta”. Ele foi recebido... Teve uma grande recepção. Por que? Porque Ele tinha satisfeito a Deus nesta questão de uma vida conforme a vontade de Deus. Vocês sabem o que o apóstolo Paulo disse sobre isso, no que se refere a nós. Penso que é algo maravilhoso; ele disse: “Ele nos fez aceitáveis no Amado".
Primeiramente, não há mais nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus, e, então, uma grande recepção dada por Deus aos que estão em Cristo. Vocês sabem que o Velho Testamento não era assim. No Velho Testamento Deus estava no tabernáculo, e havia uma tão numerosa corte angelical ao redor, que os homens não teriam a menor condição de enxergar a sua extremidade, a qual se elevava até as alturas. Eles nem ao menos podiam chegar perto, quanto mais, enxergar Deus, e, caso quisessem se aproximar dele, o máximo que podiam fazer era chegar perto do tabernáculo e oferecer os seus sacrifícios. E muitas coisas tinham que ser feitas antes, a fim de que pudessem entrar em contato com Deus.
Penso que aquelas pessoas puderam, algumas vezes, caminhar ao redor do tabernáculo, e devem ter dito: “Seria grandioso se eu pudesse falar com Deus..", porém, todas aquelas coisas diziam: “Não! Fique longe”. Você não pode entrar aqui onde Deus está. Se alguém ousar entrar aqui, morrerá". Tudo dizia: “Você deve permanecer longe”. Mas, agora, algo aconteceu. Aqui estamos nós feitos novas criaturas pela Cruz de Cristo. Fomos aceitos no Amado. Não há mais ninguém que precise dizer: “Posso me aproximar?” É desta maneira que Jesus glorificou a Deus. Ele providenciou terreno para que Deus pudesse nos receber, e, se você e eu estamos em Cristo, Deus será glorificado. Isto é, se crermos naquilo que Jesus é por nós para Deus, se, por fé, assumirmos esta posição de que Jesus é o nosso representante diante de Deus, se tivermos fé na obra que Jesus realizou, então podemos dizer: “Jesus é a nossa justiça”.
Bem, todos nós aqui sabemos o que somos em nós mesmos; nós não temos nada que possamos falar a respeito da nossa justiça, ou bondade. Sabemos que não temos nada disso, e Satanás está o tempo todo tentando nos acusar de pecado, a fim de nos manter debaixo de condenação. E vocês, caros amigos, sabem tanto quanto eu que não existe glória quando nos ocupamos com nós mesmos; não há glória para Deus nisso. Quando estamos pensamos em nossa pecaminosidade, não há glória, porém, se mantermos a nossa fé no Senhor Jesus, então podemos dizer: “Jesus é a minha bondade; Jesus é toda a bondade que Deus exige, no que se refere a mim. Jesus satisfez a Deus em tudo aquilo que Ele desejava, em relação a mim". Quando realmente aceitamos de Jesus tudo aquilo que Deus fez Ele ser por nós, então, aí há glória.
A Obra que Jesus Realizou
Vocês sabem que Jesus glorificou a Deus, ao fornecer tudo o que Ele desejava, por vocês e por mim. É maravilhoso. E você experimenta isso! Porém, Satanás vem e o acusa; daí você entra em condenação por algo que você é, mas não deseja ser; então Satanás diz: “Você é muito mal; está todo errado! Você é um terrível pecador”. Se você der crédito a essas acusações, então a glória desaparece. A condenação rouba toda a glória! Mas, suponha que assumamos a nossa posição, e digamos: “Sim, é verdade que não há qualquer bem em mim, e Deus sabe disso melhor do que eu; mas Ele está plenamente satisfeito com tudo aquilo que está em Cristo. Toda bondade que Ele deseja em mim, que espera de mim, está em Seu Filho. Assim, pela fé, eu tomo a Jesus como sendo a minha bondade e a minha satisfação a Deus". O que acontece então? A condenação vai embora e vem a glória.
É realmente maravilhoso ter fé no Senhor Jesus. Vocês, estudantes da Bíblia, sabem que Paulo escreveu todo um capítulo aos Romanos, a fim de dizer isso. A primeira parte da carta é Deus procurando por um homem justo. Ele procura em toda humanidade por alguma coisa boa que possa lhe trazer satisfação, porém, não consegue encontrar isso em nenhum ser humano. E a conclusão após esta procura global é: “Não há justo, nem um sequer”. E, então, o que faz o Senhor Deus? Ele diz: “Se eu quiser encontrar justiça, eu mesmo terei que providenciá-la para mim”. E, assim, Ele providenciou o Senhor Jesus, que satisfaz a Deus nessa Sua busca por justiça e bondade. Então, a mensagem dessa carta é que tudo nos pertence, se tão somente crermos no Senhor Jesus. Esta é a obra que Jesus realizou.
Tenho apenas alguns minutos restantes, então, gostaria de salientar outra coisa nesse capítulo. É uma parte da obra que Jesus disse ter realizado. Ele disse: “Manifestei o Teu nome diante daqueles que me destes". O que Jesus queria dizer com isso? Qual foi o nome que Jesus manifestou àqueles que o Pai havia dado a Ele?
Vocês leram tudo o que Jesus disse àqueles homens e, embora Deus tenha muitos nomes, todos os nomes pelos quais Deus foi chamado na velha dispensação, e poderíamos ver a lista toda dos nomes de Deus no Velho Testamento, porém, Jesus jamais usou nenhum desses nomes contidos no Velho Testamento, mas, sim, usou apenas um único nome. Ele sempre apontava para este nome, e vocês sabem que nome era, pois está nesta oração e, também, em muitas outras partes. É o nome “Pai”. "Manifestei o Teu nome àqueles a quem me destes”. Isto significa uma ou duas coisas. Que a palavra “manifestei” significa “tornei conhecido este nome”. Era um nome que estava oculto. Os homens jamais haviam conhecido Deus desta maneira antes. Era algo que somente agora estava vindo à luz. "Foi eu quem manifestei este nime”.
Agora, no Velho Testamento, Israel chamou Deus de “Pai” algumas vezes, e eles se consideravam filhos de Deus, porém, isto é algo totalmente diferente. Agora, vocês aqui nesta manhã, sendo uma companhia, poderiam dizer a respeito do irmão Lee: “Ele é nosso pai; ele é um pai para nós”. Em parte, isso pode ser verdade, porque ele se comporta como um pai para vocês; ele tenta cuidar do bem-estar de vocês; tenta ajudá-los em suas necessidades. E, então, vocês dizem: “Bem, ele é um pai para nós”, mas, na verdade, ele não é o pai de vocês, é? Suponha que você tivesse um filho pequeno, e que esse filho ouvisse você chamar o irmão Lee de pai, então, o menino olharia para o irmão Lee, e diria: “Você não é o pai de toda essa gente; você não é o meu pai”. Vocês entendem, as pessoas podem chamá-los de pai de modo genérico, mas vocês não são o pai dessas pessoas. Este era um termo usado apenas de modo genérico no Velho Testamento. Mas é algo totalmente novo aqui no Novo Testamento. Foi algo que só veio à luz por meio do Senhor Jesus. Foi Jesus, e somente poderia ter sido Ele, quem disse: “Manifestei o Teu nome”.
A real paternidade de Deus foi algo novo trazido por Jesus. Jesus jamais falava do Pai para a multidão. Ele nunca dizia para a multidão que Deus era o Pai deles. Ele nunca disse para a multidão que Deus era Pai; foi apenas para os discípulos que Ele falou isso. Ele disse: “Eu subo para o meu Deus e vosso Deus; para o meu Pai e vosso Pai”, e, assim, Jesus manifestou o Nome. Não foi apenas que Jesus falou acerca do Pai, mas sim que Ele mostrou em Si mesmo como era o Pai, e, então, disse: “Meu Pai é o vosso Pai; é assim que vocês podem viver. Vocês não são mais estrangeiros, mas, sim, membros da família de Deus, e vocês podem viver nessa maravilhosa comunhão como o Nome. Tenho revelado a comunhão que vocês podem ter com Deus".
Bem, vamos nos despedir agora com esta maravilhosa oração. Como dissemos no início, o assunto é tão vasto que jamais será esgotado, mas estudem e descubram tudo aquilo que Jesus nos proporcionou ao ter glorificado a Deus, e completado a obra que lhe foi dada para fazer. Tudo isso está a nossa disposição em Cristo.
Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.