por T. Austin-Sparks
Capítulo 3 – A Igreja Funcionando como Corpo
Leitura: João 4:20-24; Mt 4:8-10; 2 Ts 2:4.; Ap 13:4,8,15; 19:20; 20:4,5; Ef 3:21
Estaremos considerando algumas características da igreja funcionando como um Corpo. A primeira delas, talvez a mais ampla, é a adoração.
Quando contemplamos o assunto da adoração, percebemos que estamos tanto no centro como na circunferência do universo; porque a suprema função da criação é a adoração. Ela atravessa todo o universo, mas está dividida, e muito dela nem é denominado dessa forma ou reconhecido assim, apesar de se tratar de adoração. Quero dizer que uma grande parte desse mundo não está adorando de forma consciente, deliberada e de bom grado. Usar essas palavras com a maioria dos homens seria provocar hostilidade, geraria uma rejeição. Mas ainda assim isso é verdade, apesar de passar despercebido em uma grande larga escala, a adoração está atravessando este universo, e é nesse ponto que o universo está dividido. É justamente nesse ponto que existe uma ruptura.
Nós já lemos algumas passagens que nos mostram que a adoração é o supremo desejo e ambição de Satanás. Seu coração está ansioso por adoração, e ele atravessa distâncias para realizar sua ambição, até mesmo tentando seduzir ou subornar o próprio Filho de Deus. Essa ambição, esse desejo de Satanás por adoração está, como vemos, liderando o falso profeta e a besta, o Anticristo, o filho da perdição. Esse “Filho de Deus” falso de Satanás terá sua encarnação no tempo do fim. Vamos nos lembrar que a palavra “anticristo” não significa apenas contra Cristo, mas também significa no lugar de Cristo. Vai haver algo enganoso, alguma ilusão sobre o Anticristo que vai levar multidões de pessoas a o tomarem como Cristo. Ele vai ser encontrado no templo de Deus, se colocando no lugar dEle e recebendo Sua adoração. Eu te pergunto: “que templo é este?” Você pode encontrar no Novo Testamento um templo que responda a isso? Alguns intérpretes descuidados disseram que esse será o templo que será novamente erguido pelos Judeus em Jerusalém. Bem, existem fatos a ser levados em conta que, imagino, vão rapidamente destruir essa ideia. No tempo da manifestação do Anticristo, os Judeus ainda estarão em apostasia, rejeitando Cristo e eles mesmos serão rejeitados e sofrerão algo na tribulação. Assim, qualquer templo que seja erguido em Jerusalém pelos Sionistas, nunca será o templo de Deus. Isso é um ponto. Mais um ponto ainda maior é se esse templo será construído nesse momento em particular. Qual é o templo de Deus? Bem, a única resposta que temos no Novo Testamento é o povo de Deus. Entre o povo de Deus, o Anticristo vai ganhar espaço, poder e vai atrair para si aqueles que pertencem a Deus, afastando-os de Cristo.
Tome apenas o racionalismo, que já ganhou um grande e poderoso ponto de apoio entre o povo de Deus. Ele já colocou de lado Cristo, e roubou dEle seus mais altos valores. Nesse ponto você vê o princípio do Anticristo agindo. O que é o falso profeta, senão a representação de um ministério falso, um ministério que se tornou falso para Cristo em meio ao povo de Deus? – e existe muito disso hoje. Isso é apenas uma menção dessas coisas, para que possamos ver que o inimigo está atraindo louvor para si mesmo e esse é o supremo objetivo de Satanás, e ele encabeça isso no Anticristo.
Mencionando isso, tenho um objetivo, que é indicar que isso, em qualquer que seja o assunto, se intensifica de um lado na direção ao tempo do fim, e também deve se intensificar do outro. Podemos dizer que a intensificação da atividade Satânica por um lado é apenas a compensação da intensificação da atividade de Deus do outro. Vimos isso em outras situações. Algo que vai irromper em plenitude do lado divino no tempo do fim será a adoração. Você vê isso em Apocalipse 12. À medida que nos aproximamos desse tempo algo mais se intensifica, e por isso é tão importante que o povo de Deus esteja atento à questão da adoração. Ele deve reconhecer que o Senhor deve ter a adoração intensificada, nos levando a ser um povo mais e mais adorador, um povo com uma função suprema de adorar. Isso é, o louvor envolve tudo, leva tudo adiante. O Senhor deveria ter Sua igreja cada vez mais adoradora. A igreja de Satanás estará crescendo, e vamos certamente notar o seu progresso nesses dias. O Anticristo representa de maneira suprema aquilo que traz adoração a Satanás, algo que ele cobiça. Isto é colocado contrário a Cristo, o que significa que Cristo representa a adoração a Deus.
Em nossas meditações anteriores, falamos muito sobre os direitos de Deus, e a grande questão entre Cristo e o Anticristo que são os direitos de Deus. Então é importante para nós, em conexão com esse conflito e com a adoração, conhecer quais são esses direitos. De uma maneira abrangente podemos dizer que quando falamos dos direitos de Deus, falamos de um estado de total entrega a Ele, onde tudo é para o Senhor, e onde o Seu prazer e satisfação é a consideração que nos cativa e domina. Esse ponto onde a mente, o coração e a vontade são governados pelo desejo de agradar o Senhor. Se o Senhor Jesus foi cheio de expressões de adoração a Deus, e se Ele é a encarnação desses direitos divinos, então podemos sentir a profundidade do sentido de algumas frases tão familiares, como, “Eu faço sempre o que lhe agrada” [Jo 8:29]. Isso é a expressão de uma vida. Isso engloba e cerca Sua vida, que é toda cheia disso. O que é que traz o deleite do Pai nEle? Para Ele, esta era a lei e consideração que governava todos os Seus movimentos, Seus caminhos, desejos e todas as ações. Isso é adoração, e isso também é o que significa o direito de Deus.
Eu imagino se alguma vez te ocorreu como o serviço e o louvor são trazidos juntos na Palavra de Deus, quase que sem exceção. Passe pelo livro de Êxodo com esse pensamento em mente. O primeiro desafio ao Faraó foi, “Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto” [Ex 7:16]. Então você percebe que na medida em que a demanda era pressionada, ela tomava uma forma definida. O Faraó disse, ‘vocês que são homens vão, mas deixem seus rebanhos e manadas’. A resposta a isso foi, ‘precisamos deles para servir ao Senhor’; e isso foi desenvolvido até que o serviço ao Senhor se tornou claramente visto como uma questão de adoração. E o altar estava no centro de tudo, e todo o serviço estava relacionado ao altar, até que - um bom tempo depois - vemos o desenvolvimento de toda ordem do sacerdócio Levítico, que era o serviço do Senhor. Tudo era uma questão de adoração. Então Israel, concentrado nos Levitas, se tornou um povo adorador, e sua adoração era o seu serviço, e o seu serviço ao Senhor era adoração. Paulo toma esse fato na sua carta aos Romanos, como você sabe: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é (literalmente) o vosso culto espiritual.” [Rm 12:1 – ASV – tradução nossa]. Nossas versões nos dão a tradução “seu culto racional”. Culto espiritual – culto racional.
Pensamos no serviço de Deus como sendo algo diferente; ou até mesmo como sendo muitas coisas. Mas o coração do serviço é a adoração, e adoração é o maior dos serviços. Então, sendo este o caso, existem uma ou duas coisas que precisamos verificar. A criação viva existe para a adoração a Deus, que é, para a satisfação de Deus, e isso é o serviço a Deus. Vida, portanto, deve ser reconhecida como uma tutela, um investimento feito por Deus com vistas a obter lucro, e esse lucro é Sua glória. Deus deu a vida como um investimento, para retornar a Ele com juros. “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto” [Jo 15:8]. Que fruto é esse? Bem, usando a ilustração do próprio Cristo em conexão com essas palavras, é uma expressão e trabalho daquela vida que temos em Cristo; devido a videira e os galhos, que tem apenas uma vida, com seu fruto crescendo e se desenvolvendo para a glória de Deus. Isso é serviço. Isso é o resultado da vida, o crescimento da vida. Deus nos deu a vida como um investimento.
Essa adoração, esse serviço, demanda - entre outras coisas - certa condição. Ela é baseada em um tipo de espírito. Esse é o estado descrito naquela pequena frase de João 4, “em espírito”. Verdadeiros adoradores devem adorar em espírito. “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade...”. Isso é uma afirmação. “Em espírito”, resumindo em uma frase - vivendo em união espiritual viva com o Senhor. Isso é algo que é interior. É isso que o Senhor estava falando. A mulher samaritana disse a Jesus, “Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.” [Jo 4:20] O Senhor Jesus, em efeito, disse em resposta, ‘Isso é apenas externo, formal, tradicional, não é a verdadeira adoração! Verdadeira adoração é no espírito, e isso é algo interior.’ Adoração não é algo formal, tradicional, externo: certamente vai se expressar e transparecer, mas tudo se inicia e tem sua fonte no interior, uma união viva com Deus. Isso é o resultado de um milagre, o resultado de algo que aconteceu. Ninguém que não conheceu o milagre do novo nascimento ou da união com o Senhor em ressurreição pode ser um verdadeiro adorador. Mas aqueles que têm esse conhecimento e experiência devem ser verdadeiros adoradores. Isso é o mesmo que dizer que essa é a base da adoração; essa realidade deve brotar em adoração. O primeiro esforço na adoração deve ser fruto da admiração àquilo que aconteceu em nós, para nos trazer a essa união viva com nosso Deus. Portanto estamos unidos ao Senhor pela ação inicial do Espírito Santo, e isso deve sempre ser tão fresco como o fato da adoração. Isso deve levar à adoração espontânea ao Senhor; não apenas um ato de anos atrás, mas o prosseguir na admiração, glória e bênção de uma perpétua realidade. Eu sou do Senhor! Eu sou Dele, Ele é meu! Isso é simples, uma base inicial da adoração, algo interior. Temos que reconhecer que esse é o estado que causa a adoração.
E em conjunto com isso, temos que reconhecer o inimigo da verdadeira adoração, a adoração em verdade – não apenas em espírito, mas em verdade – está em nossas almas como algo separado desse estado espiritual. Seguindo paralelamente aquilo que é “em espírito e em verdade”, existe sempre aquilo que é em alma e na carne. Uma mentira, aquilo que não é verdade. É muito fácil para o povo do Senhor passar de um tipo de adoração para o outro sem sequer perceber que fizeram isso. Você pode ter um verdadeiro e espontâneo fluir de adoração, que é em espírito e em verdade, e então quase que imperceptivelmente sair dessa esfera e sentir que saiu da base verdadeira; que você foi levado do seu espírito para as suas emoções, da realidade para algo irreal. É possível que isso aconteça entre pessoas espirituais, e acontece com muita frequência. Você vai encontrar esses dois casos em qualquer encontro de oração onde esteja o povo do Senhor. Você percebe um fluir espiritual verdadeiro, e então surge aquilo que é ostensivamente ou intencionalmente adoração ao Senhor de alguma maneira, mas que na realidade é algo diferente, não é em espírito, em verdade. Percebemos algo que veio em alguma outra linha, através de algum sentimento, ou alguma atividade racional. Mas não estou dizendo isso para tornar as coisas complicadas ou difíceis, mas estamos tentando chegar a questão da verdadeira adoração. Fora dessa dupla tensão na qual nos encontramos ou que está entre nós, você tem que reconhecer que tudo aparenta ser adoração, mas não é. Existe um grande volume daquilo que é chamado adoração que é adoração da alma, e não é verdadeira adoração, em espírito e em verdade. É falsa. Não é fruto de vida, da vida divina e, portanto leva–nos para longe. Oh como esse elemento do anticristo, isso que está no homem que está de acordo com o espírito do Anticristo, energizado e direcionado pelo inimigo como ele é, busca em todo tempo afastar, conduzir para fora, impedindo que aconteça ou permaneça esse contato vivo com o Senhor, interferindo com aquilo que realmente alcança o Senhor! É tudo muito agradável, mas tem o efeito oposto: afasta, traz as coisas para baixo. Está lá o tempo todo.
Nesse momento já devemos conhecer o bastante sobre a diferença entre alma e espírito sem que eu precise acrescentar muito mais sobre o assunto. Mas esse não é o objetivo de estar falando disso. Devemos chegar a esse ponto, onde a adoração entra em uma esfera de conflito, ou, colocando de outra forma, o conflito entra na esfera da adoração. Aqui nós temos os dois tipos de adoração em guerra um com o outro, e é apenas nesse ponto que a Igreja entra em cena. A igreja é chamada para ser um vaso de adoração. O que é adoração? Trazer a Deus Seus direitos. Quando o Cristo entrou em cena e assumiu Seu principal trabalho de assegurar os direitos de Deus, imediatamente Satanás entrou em cena, e ali houve conflito. Esse é o combate, é um combate até o fim. A igreja é trazida a ele, para o exato propósito de trazer a Deus o que é Seu; ser nesse universo uma expressão plena pelos interesses de Deus. Por causa desse chamado, a vocação e destino da igreja, todo o poder desse que busca adoração é focado sobre a igreja, como foi focado em Cristo enquanto estava neste mundo. Esse é o ponto de conflito com o mundo, e esse é o significado do mundanismo, a saber, qualquer coisa que afasta do Senhor, ou que tenta roubar os direitos de Deus. Colocando isso de outra maneira, qualquer coisa que cede adoração ao diabo, sobre aquilo que o seu coração está colocado, isso é mundanismo.
A igreja, portanto, entra neste conflito, e por isso tem que se posicionar fortemente e positivamente em relação a sua Cabeça gloriosa. Ela deve trazer tudo para o Senhor, e extrair tudo Dele. Tudo deve ser levado em direção ao Senhor quando a Igreja está funcionando. Tudo deve ser trazido de volta para o Senhor. Existe um grande movimento contrário para afastar, arrastar e manter tudo distante do Senhor, e você encontra esse movimento de inúmeras formas, especialmente quando a igreja está reunida. Você encontra esse movimento contrário expresso de inúmeras maneiras para que essa função seja abortada, tornada infrutífera e transformada em algo meramente formal, frio e sem vida. Então a Igreja deve tomar uma atitude militante de adoração, e é por isso que você tem sacerdotes nas batalhas de Israel. Vemos isso em Jericó, por exemplo, e em muitas outras instâncias. A presença do elemento sacerdotal significa que aquilo é adoração, a glória tem que ser dada ao Senhor. Tudo é direito do Senhor, é para o Senhor. Mas em um exército, com sacerdotes encabeçando-o, o fator militante é relacionado à adoração. Adoração só pode ser completa através do conflito. É uma verdadeira batalha assegurar os diretos de Deus.
Isso é apresentar a verdade, mas qual é significado prático disso para nós? Significa, amado, que em todos os tempos, e talvez especialmente quando somos encontrados juntos em nossa função suprema que é para adorar, temos que nos colocar de forma deliberada e positiva em resistência a tudo que pode nos afastar disso, de todas essa obras do princípio do espírito do Anticristo, e nos colocar em uma posição pelas direitos de Deus, para que Ele tenha tudo que merece em todo o tempo. Isso nos chama a uma posição positiva. Me pergunto se você vai se lembrar disso quando estivermos juntos em oração, toda a vez que nos encontramos. O ministério da Palavra é, afinal de contas, apenas adoração. Se não dirige as coisas para o Senhor e para Sua glória, se não significa que os interesses do Senhor são alargados, então perdeu todo o seu objetivo.
Antes de encerrar, gostaria de colocar outra coisa. O próprio Cristo é a base da adoração. Se o prazer e satisfação de Deus é o que está em vista, o que mais podemos trazer que vai atingir esse objetivo? Podemos trazer qualquer coisa que vá satisfazer a Deus? Sabemos que não. Nada do que pode satisfazer a Deus pode ser encontrado em nós. Existe apenas Um do qual o Pai é capaz de dizer, “em Ti me comprazo”. Apenas Cristo responde a todas as demandas de Deus. Apenas Cristo pode satisfazer o Pai. Então se a igreja deve ter essa função – quando falo da igreja, falo de uma companhia de crentes individuais unidos em um Espírito e vida; o termo “individual” não perde seu significado no Corpo – se a igreja é chamada para essa vocação maravilhosa e celestial de trazer satisfação a Deus, e Cristo apenas pode fazer isso, então o ponto essencial obviamente é que Cristo deve nos suplantar. Devemos sair do caminho para que Ele possa entrar. Então voltamos ao início.
Se a adoração é alcançar o grande clímax do fim, se Deus vai vir diretamente para os Seus; e se esse tempo está se aproximando e se delineando, então isso significa que Deus vai se esforçar cada vez mais para deslocar aquilo que o Anticristo prende. Para tanto, uma das coisas mais profundas nos tratos de Deus com Seu povo no tempo do fim é obter espaço para Cristo, e mais e mais espaço para Ele. Ele está nos colocando para fora progressivamente. Ele está nos trazendo a tal fraqueza, impotência, desamparo, incapacidade, tolice, que talvez sejamos o estoque de piadas do mundo. Não sabemos, não somos capazes de fazer. Será que isso está certo? Será que o povo de Deus deve ser assim? Será que deles mesmos, nunca sabem nada ou não podem fazer nada? Bem, por mais dolorosa e humilhante que seja essa proposição para nossas naturezas, é exatamente isso; e é isso que significa perder a nossa alma. Mas o ponto no momento é, para que tudo isso? Apenas para dar espaço a Cristo, dar mais espaço a Cristo. É pelo que Ele é que Deus será glorificado, pelo que Deus vê nEle, não no que o homem vê nEle. Acredito que isso seja o que está por trás daquela afirmação dEle, “Eu, porém, não aceito humano testemunho” [Jo 5:34]. “Outro é o que testifica a meu respeito” [Jo 5:32]. Os homens podem chegar a suas conclusões a respeito dEle, podem ter suas estimativas e podem testemunhar para Ele; dizer isso ou aquilo a respeito dEle, mas o julgamento deles do que Ele é, seja bom ou ruim, é puramente um julgamento natural, e não é isso que importa. Oh, quão absoluto era Cristo! O que leva um homem com uma humanidade sem pecado a não ficar nem um pouco satisfeito interiormente quando alguém está dando uma boa opinião sobre ele, dizendo algo agradável, dando testemunho de que ele é alguma coisa. Mas Ele podia dizer, ‘O que os homens pensam, bom ou mau, não Me toca. Eu sei o valor disso; sei que isso não vai muito longe; isso iria Me colocar em uma posição totalmente falsa. Hoje eles podem clamar: “Hosana!” Amanhã vão clamar, “Crucifiquem-no!” Suponha que tivesse ficado eufórico com seus clamores: “Hosana!” Onde estarei amanhã? Eu não recebo o testemunho do homem, Eu vivo diante de Deus.’
É uma grande coisa viver diante de Deus. Hoje o Senhor está buscando nos conformar com essa imagem, que é, dar lugar àquele Cristo, tendo como resultado que Cristo terá um grande espaço em nós, e isso trará uma grande medida de prazer ao Pai; isso é trazido ao Pai é adoração. Amado, não é apenas o que falamos que é louvor; porque apesar de nossas palavras poderem ser uma verdadeira e aceitável oferta, o que o Senhor está buscando nesse tempo, e o que nós devemos pedir a Ele que produza em nós, é a verdadeira medida do Seu Filho. Uma vida que é uma oferta aceitável a Deus, é a vida em quem Cristo tem um grande lugar. Então essa autenticidade do louvor não é meramente a sinceridade da expressão, ou a pureza das motivações, ou intensidade da expressão, mas é o que está surgindo de uma vida que passou pela disciplina, de um espírito quebrado e contrito; saindo daquilo que foi esvaziado, derramado, drenado, enfraquecido, ferido, dando lugar ao Senhor, uma grande medida de Cristo. Possa o Senhor ter isso em nós.
Essa é a igreja e isso é o que o Senhor está buscando encontrar em nós pelos Seus tratos conosco, e, por mais estranho e contraditório possa parecer, é nesse quebrantamento, esvaziamento, nessa fraqueza e nessas feridas que Satanás é derrotado. Oh! Satanás triunfa quando tem outra coisa além disso. O Anticristo está provendo a ele esse tipo de humanidade ou homem que ele busca, que não é vazio, quebrado, derramado, desinteressado. Essa é a força de Satanás.
Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.