por T. Austin-Sparks
Capítulo 1—O Reforço da Espiritualidade
Na vida do povo de Deus, seja individual ou corporativamente, constantemente ocorrem tempos de crises, ou momentos decisivos. O Velho Testamento descreve muitos desses tempos, de particular e peculiar perigo na vida do povo do Senhor, e mostra como Deus tem se movido para lidar com a situação nesses momentos. Isto tem sido também verdadeiro na história da Igreja, uma e outra vez, desde os tempos do Novo Testamento; e é verdadeiro na vida de qualquer companhia local do povo do Senhor. Quando, por alguma razão, as condições são críticas, e chega-se a um momento decisivo, é muito importante saber nesses momentos como o Senhor lida com a situação e a necessidade.
Posso lembrá-lo de uma provisão que o Senhor fez na construção do Tabernáculo no deserto? O Senhor deu instruções para que na montagem das tábuas do Tabernáculo, houvessem nos cantos uma tábua adicional, reforçando os pontos de giro. É claro, os cantos são sempre coisas delicadas, coisas perigosas; os pontos decisivos estão sempre cheios de grandes possibilidades. Você chega até um ponto em que uma curva vai ser feita, um novo curso vai seguir-se, e esse ponto decisivo precisa ser feito com muita sabedoria e cuidado. Algo adicional deve entrar lá para cobrir. E, nessa infinita sabedoria de Deus - o reconhecimento não somente da fraqueza de um canto em coisas naturais, mas, dos perigos conetados com os pontos decisivos na vida espiritual - o Senhor fez e faz uma provisão; Ele os cobre, prescreve para isso. Como nas tábuas do Tabernáculo, deve haver um reforço real nesse delicado e perigoso ponto de crise.
Vamos permanecer só por um instante no Tabernáculo; retornaremos de novo em breve. Você sabe que tipologicamente era o santuário do testemunho de Deus. É chamado o "Tabernáculo do testemunho", ou "O Testemunho". Tipologicamente, era o que Paulo, na sua carta aos Colossenses chama "o mistério de Cristo" - o santuário do mistério de Cristo o qual nenhum olho humano pode perscrutar. E, neste santuário do testemunho de Deus concernindo o Seu Filho, Jesus Cristo, existem pontos decisivos; e pela razão de este testemunho estar envolvido, existem sempre, como acabamos de dizer, lugares e tempos precários. Se algo aqui der errado, se algo der errado nessa conjuntura, irá ter efeitos muito sérios no futuro. A seguinte fase de coisas irá ser afetada pelo que acontecer ao darmos a volta nesta esquina, por só até que ponto negociaremos esta situação difícil atual - seja nas nossas vidas, ou na obra de Deus, ou na história do povo do Senhor, local ou em geral. O futuro está envolvido.
Temos chegado até este ponto: aqui estão todas as tábuas conduzindo até ele, e a partir deste ponto em diante um novo curso tem de ser tomado; mas ó, este novo curso tem que ser salvaguardado muito, muito cuidadosamente. Tudo que tem acontecido no passado, todo o esforço, o trabalho, o sofrimento e o custo, pode ser arriscado num ponto de crise por qualquer fraqueza ou falta de cuidado quando chegamos a esta questão. Todo o futuro pode ficar inseguro, fraco, obscurecido por lamentos, se este momento decisivo for desprotegido.
Ora, somos confrontados com um momento decisivo desse na história da Igreja e com a maneira de o Senhor lidar com isso quando tomamos as duas cartas de Paulo a Timóteo. Nos achamos num dos principais momentos decisivos na história da Igreja - um momento decisivo cheio de importantes questões; e essas questões têm lançado sombras ao longo dos séculos até aos nossos dias. Precisamos saber qual foi a provisão de Deus - a qual permanece como a Sua provisão - para lidar com aquilo que naquela ocasião entrara no virar da estrada. Pois os valores que nos são dados aqui nestas duas cartas - e você nunca as chamará cartas 'pequenas' outra vez, se você já as chamou assim - foram destinadas para cobrir toda esta época, porque o Espírito Santo, Quem deu estas cartas através de Paulo, antevira os efeitos abrangentes do que estava acontecendo. E, o que é de geral e global importância aqui tem a sua própria aplicação para todas essas crises menores que ocorrem nas nossas próprias vidas pessoais, ou na nossa vida juntos como o povo de Deus.
Foi nessa crise, então, a ocasião de Paulo escrever estas duas cartas a Timóteo. E, deixe-me dizer novamente, pois quero deixar claro esta coisa muito, muito importante: isto é um exemplo inclusivo e abrangente de todas as crises na vida espiritual, um exemplo em princípio e em natureza: isto é, tem todas as características de qualquer crise espiritual, e portanto, contém todo o método e meio de Deus para lidar com qualquer crise espiritual. Não estamos apenas lidando com a história da Igreja - estamos lidando com a nossa própria história. Precisamos ser supridos neste mesmo ponto nas nossas próprias vidas espirituais.
Inclusivamente, então, o método Divino de lidar com qualquer situação crítica é - o que? É o reforço de realidades fundamentais e essenciais. É isso o que estas duas cartas contém. O reforço das tábuas nos cantos, no reforço - e execução, se você quiser, pois Paulo ordena aqui, como também exorta - de realidades fundamentais e essenciais, é o método inclusivo de Deus para tratar com qualquer ameaça, ou qualquer possibilidade, ou qualquer mudança atual no curso das coisas. E existe um princípio essencial todo abrangente do verdadeiro Cristianismo, e esse é a espiritualidade - a sua essencial natureza espiritual. De modo que o método de Deus ao lidar com qualquer situação crítica na vida cristã é reforçar, ou recuperar, a espiritualidade.
Pois o verdadeiro Cristianismo, desde seus inícios, através de todo seu crescimento, até seu aperfeiçoamento final, é completamente espiritual. Um verdadeiro cristão é fundamental e essencialmente, pelo seu próprio ser e existência, uma pessoa espiritual. Todo o nosso crescimento na graça não é o crescimento do tempo, de anos, ou de aquisição de conhecimento acerca das coisas de Deus. Verdadeiro crescimento é justamente o nosso próprio crescimento espiritual, e diante de Deus não existe nenhuma outra estatura, nenhum outro crescimento. Deus se empenha infinitamente para que vejamos que o nosso crescimento é crescimento espiritual. E a consumação e o aperfeiçoamento da vida do cristão é algo completamente espiritual. Pois a consumação é um corpo espiritual. "Se há corpo natural, há também corpo espiritual... Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural" (1 Cor. 15:44:45). Essas palavras, como você sabe, se aplicam à ressurreição do corpo. "Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual" (v. 44). Então, se faz necessário uma pessoa espiritual para ocupar um corpo espiritual; e se o corpo espiritual é a consumação da vida cristã, então o Senhor teria, não uma pobre, pequena pessoa, ocupando um corpo consumado; Ele nos teria amadurecidos, de modo que o aperfeiçoamento da vida cristã é em conformidade com a sua consumação: deve ser espiritual.
Tudo o mais na vida cristã é espiritual. Assim como as pessoas são pessoas espirituais pelo próprio nascimento deles pelo Espírito, assim também a obra e serviço deles é espiritual. Não é uma questão somente acerca de quantas coisas fazemos, mas da qualidade espiritual do que fazemos. Podem haver valores espirituais tremendos intrinsecamente numa coisa 'pequena' feita no Espírito Santo, enquanto muito pouco pode surgir de uma vasta quantia de atividade frenética no que é chamado obra cristã. Tudo é julgado no Céu pelo seu valor espiritual. A milícia é espiritual; você não precisa ser lembrado disso. "Nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas... contra hostes espirituais da maldade..." (Ef. 6:12). Nosso conhecimento e nosso entendimento como cristãos é espiritual. Nossa comunhão é espiritual - nosso relacionamento com os demais é um relacionamento espiritual, na unidade do Espírito.
Todo o governo dentre cristãos é espiritual. Não é autocrático, não é oficial - é espiritual. Poucos, pouquísimos cristãos hoje são capazes de discernir e discriminar entre governo humano e governo espiritual na Casa de Deus. Eles confundem ambos, e desse modo trazem muitas, muitas complicações. Governo na esfera cristã é governo espiritual. Orientação é espiritual "guiados pelo Espírito" (Rom. 8:1-4). Os métodos e recursos da Igreja, dos cristãos, são métodos e recursos espirituais. Tudo isto compõe a verdade abrangente que a realidade fundamental da verdadeira vida cristã é espiritualidade: isto é, que é tudo do Espírito Santo.
Num dos últimos capítulos das profecias de Ezequiel (47:1-2), é trazido à luz o rio - o rio aumentando no santuário, se alargando e aprofundando no seu caminho - e à margem árvores, dando frutos todos os meses, e sem as folhas caírem. Creio isso ser um presságio, uma prefiguração, do que temos no livro de Atos. As árvores sãos homens, plantados por Deus, extraindo suas vidas do rio de Deus. Veja como esse rio irrompeu no santuário nos dias dos 'Atos'! E como vemos logo os homens plantados por Deus à margem desse rio; e o fruto - quão abundante foi o fruto! Árvores, sustentados pela vida celestial, prosseguindo num testemunho celestial: numa palavra, povo espiritual, homens e mulheres cujas vidas e recursos e tudo era o Espírito de Deus - pois foi o Espírito de Deus quem irrompeu no santuário no dia de Pentecostes. Para o testemunho de Deus descer todo o curso do rio se requer um povo espiritual, se utilizando de recursos espirituais, e isso é o que temos lá.
Agora, todos os problemas dentro do Cristianismo - e 'Cristianismo' é um grande termo; abrange muita coisa; você pode localizá-lo e personalizá-lo, se quiser - todos os problemas no Cristianismo são devidos à perda ou falta da espiritualidade. O método de Deus, desde sempre, ao superar algum problema em nós, seja pessoal ou juntos, localmente ou na Sua Igreja, é sempre um reforço da vida espiritual. Nós nunca superamos algum problema sem algum fortalecimento de nossa vida espiritual. Não é verdade? Quando somos confrontados com alguma crise, nós não vamos só remendá-lo, concertá-lo, fazer algo externamente - temos de entrar numa nova posição espiritual em relação a isto. Nunca o conseguiremos até que obtenhamos uma nova posição espiritual, ou até que a nossa medida espiritual tenha sido aumentada.
É fútil tentar se livrar de qualquer problema no Cristianismo em geral, ou local, ou em nós mesmos, em qualquer outro contexto além de no contexto de Deus: reconhecendo, 'isto é uma crise - tudo no futuro depende de como contornamos este incômodo canto, esta difícil situação - todo o passado irá ser compometido se não negociamos triunfantemente esta situação espiritual'. Como será feito? Por uma tábua adicional - pelo reforço do que tem acontecido no passado de encontro com o futuro, mantendo tudo intato por um fortalecimento de nossa vida espiritual. Assim, a salvaguarda Divina, ou remédio, para cada problema, é o reforço, ou recuperação, da espiritualidade.
Apenas olhe novamente para essas tábuas do Tabernáculo. Primeiramente, elas foram feitas de madeira de acácia, que é conhecida pela sua grande força e poder de resistência. Em segundo lugar, elas eram consideravelmente altas - dez côvados - são naturalmente mais altas do que qualquer homem: isto é algo de maior estatura que você ou eu naturalmente - nós que constituímos a Casa de Deus. Em terceiro lugar, elas ficavam em vertical, permanecendo em pé. Essas três coisas são muito significativas. Aqui há algo que fala de uma estatura que é maior do que a estatura humana comum, que se eleva acima. E aqui há algo que deve realmente estar em pé, estabelecido.
Ora, você tem o Novo Testamento concentrado nessas poucas coisas. E estas cartas a Timóteo, nas quais temos momentaneamente divagado, estão simplesmente cheias dessas mesmas coisas. Quão maravilhosas estas coisas são no princípio, não é? Pois, você sabe, que mesmo no princípio da história da Igreja, era uma tremenda esquina que estava sendo virada. A vinda de Cristo mesmo representou a maior crise em toda a história. Foi um momento decisivo universal; a partir desse momento em diante, as coisas iriam mudar. E nessa tremenda crise logo no princípio, a Igreja foi lançada; foi um tempo delicado, perigoso, precário. Todas as gerações seguintes seriam coloridas por como a Igreja se comportasse e atravessasse aqueles dias críticos.
Olhe para a força das 'tábuas' humanas! Foi apenas força humana? Pense em Pedro apenas um pouco de tempo antes: quanto ele poderia aguentar, junto àquele fogo no pátio, com o dedo da criada apontando nele? Ele simplesmente entrou em colapso! Mas veja ele - e os outros - agora! Estão eles em pé? Estão em posição vertical? Não estão apenas em pé no Senhor - eles estão colocando outras pessoas de pé! Veja aquele pobre individuo que tinha ficado todos aqueles anos deitado na porta, incapaz de usar seus pés (Atos 3). Pedro toma ele pela sua mão direita, e ele se levanta - ele está nos seus pés suficientemente bem! A mesma coisa acontece de novo mais tarde (Atos 14:8): eles estão colocando as pessoas em pé.
E a partir disso cresceu o rico ministério que temos no Novo Testamento, em relação ao estar "estabelecido". Estar estabelecido só significa 'estar de pé'. Você e eu não serviremos de nada para o testemunho do Senhor a não ser que estejamos espiritualmente sobre os nossos pés, de pé. Quando perdemos os nossos pés, quando colapsamos, quando abrimos mão, significa que o testemunho é abandonado. Se você perdeu seus pés, foi derrubado, ou se você não tem ficado em pé por muito tempo, ou se você tem tido seus altos e baixos durante muito tempo, você terá que ter uma crise por causa disto. Você terá que contornar essa esquina. Tudo que tem havido depende desta questão atual; tudo que o Senhor teria no futuro é possibilitado, ou tudo andará mal, salvo se você contornar esta esquina rapidamente, e puser seus pés no Senhor.
Você sabe o que quero dizer ao dizer 'pôr seus pés no Senhor': é ter o que Paulo chama "plena certeza" - "certeza" - isto é, acerca de sua salvação. Pois estas tábuas, como você sabe, foram fundadas em duas coisas básicas - dois encaixes - feitos de prata. Ora, prata significa redenção, e o duplo testemunho sob seus pés enfatizava ou reforçava duplamente. Dois é sempre suficiência de testemunho, não é? - e eles estavam nisso. Nós precisamos ter certeza de nossa salvação, certamente acerca deste assunto. Até que assim não seja, não haverá força e não haverá integridade; não haverá resistência, estatura, medida. E isso se aplica a muitas outras coisas além de nossa fundação, nossa confiança, nossa fé, nossa certeza com o Senhor. Estas são coisas que realmente devem caracterizar o verdadeiro cristão. Estes são os constituintes de um homem espiritual, ou uma Igreja espiritual.
Ora, se você tem meditado nas cartas a Timóteo, se você conhece essas cartas bem, não se relaciona tudo com você? O Senhor de Paulo estava fazendo-o escrever essas cartas nestas mesmas coisas num tempo de tremenda crise. Toda a crise no Cristianismo, neste momento decisivo na sua história, foi focado neste jovem em si. Estas cartas a Timóteo são nada menos do que dispensacionais em seu significado. Elas contém muito mais do que aqueles textos favoritos: "Sofre comigo como bom soldado de Cristo Jesus" (2 Tim. 2:3); ou, " Milita a boa milícia da fé" (1 Tim. 6:12); ou, "Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2 Tim. 3:17); ou, "Se, pois, alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e útil ao Senhor, preparado para toda boa obra" (2 Tim. 2:21).
Como nós amamos estes fragmentos! Sim, mas lembre que cada um deles é estabelecido no contexto de uma crise para a dispensação, pois, até que você não reconheça isso, você não obterá realmente o valor dos fragmentos. Por que 'Sofre comigo como bom soldado de Cristo Jesus'? Porque a dispensação depende disso, Timóteo! Isto não é apenas para você, mas para o futuro. Por que ser "um vaso para honra", por que "toma posse da vida eterna", por que "milita a boa milícia da fé"? São enormes questões que estão em jogo, que continuam até o fim da história do Cristianismo - é por isso! Estas cartas não foram escritas a Timóteo só por causa de Timóteo, para o momento, para ajudar este rapaz ao longo de sua própria vida cristã. E elas certamente não foram escritas só para nos dar belos fragmentos para a nossa própria vida cristã. Estas cartas foram escritas no tempo mais crítico na história do Cristianismo, e todos os seus fragmentos se relacionam com isso.
Agora tome os fragmentos em seus contextos, e eles adquirem novo sentido, novo significado. Você entenderá por que razão Paulo é tão sério - seus apelos, suas exortações; repetindo "Ó homem de Deus", "Ó homem de Deus" (1 Tim. 6:11; 2 Tim. 3:17). Havia lá uma crise acontecendo? Bem, existem muitas provas nas próprias cartas desse fato. você pode escolher algumas das indicações. Primeiramente, seja lembrado que estes foram os últimos escritos do Apóstolo. A segunda carta foi provavelmente a última coisa que Paulo escrevera, e ele a escrevera talvez a poucas horas de sua execução. Paulo está indo, Paulo está passando deste local; o ministério pessoal de Paulo, em palavra e por escrito, está prestes a terminar. Vai haver uma verdadeira perda e lacuna, uma tremenda perda para a Igreja. É uma crise, Se Deus leva qualquer servo Seu, através do qual Ele tem suprido Seu povo numa maneira rica, plena, sempre fica uma grande lacuna, e essa lacuna não se torna menor à medida que o tempo passa. Você fica sempre desejando que esse servo de Deus estivesse de volta para ajudar; você fica sempre dizendo, 'Ora, o que ele diria, o que ele faria?' Não estou exagerando o ponto. Esta carta contém isto. Paulo diz: "Eu já estou sendo oferecido" (2 Tim. 4:6). É isso uma crise? Bem, se for - e é - nós precisamos algo, Paulo, do Senhor, para enfrentar esta situação. O Senhor deve nos reforçar nesta viragem da estrada.
E estas cartas fazem isso! Você verá isso à medida que avançarmos. Ah, mas não somente isso - as cartas revelam uma secessão de Paulo. Ele clama: "os que estão na Ásia todos se apartaram de mim" (2 Tim. 1:15). E, embora saibamos que alguns deixaram ele por causa de que era muito custoso ficar com ele, e que o perigo de sua morte estava pairando sobre qualquer associação, é difícil, ao olhar para este assunto, não concluir que o afastamento de Paulo por aqueles na Ásia fora sobre BASES DOUTRINÁRIAS. Você diz, 'Onde você tem a evidência para isso?' A evidência é abundante, e será apresentada brevemente. Há uma secessão de Paulo por causa de seus ensinos, o curso das coisas; por causa do padrão que ele levantou, por causa do nível em que ele insistiu. Eles não podem continuar com Paulo, e isso é uma crise. Antecipando um pouco, podemos ir mais longe e dizer que o resultado dessa secessão de Paulo pode ser vista nos primeiros capítulos do livro de Apocalipse. As condições das próprias igrejas na Ásia que Paulo tinha sido usado para trazer à existência, começando com Éfeso, da qual Timóteo era o encarregado - a condição daquelas igrejas nos primeiros capítulos do Apocalipse é vista como resultado do afastamento deles do homem quem Deus usara para trazer eles à existência. É algo muito crítico abandonar algo que Deus tem feito, reduzir o padrão. Voltaremos mais tarde para considerar de que forma terrível o padrão foi reduzido. É muito perigoso, representa uma crise tremenda, enfraquecer em qualquer coisa que o Senhor tenha mostrado ser a Sua vontade. Assim, eles estavam deixando Paulo.
E depois, olhe para a mudança na natureza das coisas indicadas por estas cartas. Estão cheias de um nível reduzido de vida espiritual, em todos os sentidos, uma perda de espiritualidade, um declínio. É uma crise. Sem entrarmos em detalhes, tudo que direi neste momento é isto: que, onde Deus tem dado ricamente, onde Deus tem dado em qualquer plenitude, onde Deus tem chamado para qualquer coisa mais do que o nominal e ter mostrado a Sua mente ser plenitude espiritual, sempre há o perigo de perder, abandonar, decair, cair para algum nível mais baixo, provavelmente por causa do custo de continuar, ou por alguma outra razão. Este perigo está sempre presente.
Agora volto por um momento para onde começamos: reforço. O Senhor está sempre procurando fortalecer a nossa espiritualidade a fim de nos proteger contra estas ameaças e perigos que sempre são iminentes, nunca distantes. E não é impressionante que, quando há um tempo de risco, de perigo, de uma ameaça, de uma crise na vida espiritual, o Senhor nos coloca num estado de agonia e sofrimento e angústia que temos que obter uma posição completamente nova com Ele, ou não conseguiremos passar? Quão fiel Ele é! Por causa de uma ameaça, por causa de um perigo, Ele pode nos mergulhar logo num mar de dificuldade e provação, a fim de fortalecer nossos poderes de natação, para nos levar a uma medida mais plena, para que não sejamos tão facilmente apanhados outra vez lá. Quando alguma coisa assim reaparece, o devemos reconhecer pelo que é, e saber que temos que manter os nossos pés, manter nosso equilíbrio, manter-nos firmes.
Portanto, estas cartas estão cheias de exortações a Timóteo "Seja forte", em outras palavras "Seja firme"; "Sofre comigo"; " toma posse da vida eterna" - tudo por causa do que Timóteo significa em toda a dispensação.
Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.