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O Vencedor no Tempo do Fim

por T. Austin-Sparks

Capítulo 2 – O Caminho dos “Vencedores” até o Trono

Vamos agora considerar o percurso do Vencedor até o Trono. Vimos que a última coisa que foi dita na era da Igreja foi "Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono." Ap.3:21. "E o filho varão foi arrebatado até o Trono". Rev. 12.

Então o primeiro passo neste caminho tem a ver com o Sangue, a Cruz e a Vontade de Deus. Isso é primordial. Isso vem antes de qualquer coisa, porque foi a primeira questão; e é o principal ponto - a vontade de Deus. Antes de tudo, temos que tratar com o pecado pelo Sangue e com todos os aspectos e fases da obra redentora do Senhor através da Sua Cruz pelo Seu Sangue; mas antes mesmo que a questão do pecado surgisse, a questão da vontade de Deus foi levantada. É aí que começamos. A questão do pecado e toda a obra redentora de Cristo, o Seu Sangue em Sua Cruz são posteriores e são consequências da violação da vontade de Deus. Assim, antes mesmo de chegarmos ao estágio de lidar com o pecado especificamente pelo sangue, temos que ver o que está por trás dele e reconhecer que o fundamento de tudo isso é a Vontade de Deus. Eu quero ser tão claro quanto possível, de modo que não entremos em uma esfera meramente teórica ou teológica, mas que possamos permanecer muito práticos, e desejamos colocar diante dos olhos do nosso coração o que está em vista. O que está em vista é a posição de vitória e poder sobre o adversário e suas hostes. Isso é o que está diante de nós aqui. Apocalipse 12 traz isto claramente à vista. O grande problema, a questão todo inclusiva de todas as eras até a eternidade está ligada a isso, o alcance por parte de uma companhia de uma posição de vitória e poder sobre o adversário e suas hostes. Mas isto não é feito mecanicamente, nós não atingimos esta posição automaticamente. Ela não é atingida por nosso reconhecimento de certas verdades doutrinárias e adoção de certas atitudes e termos. Digo isso para tentar provar e tirar a base de concepções erradas, porque há aqueles que pensam – eu temo - que se eles tomam uma certa atitude em relação a certas proposições doutrinárias sobre a vitória e empregam certos termos e fraseologia, eles estão no caminho de serem Vencedores e que eles estão em uma posição de autoridade sobre o inimigo.

Este não é o caso. Muitos dos que adotaram tais atitudes e empregaram estes termos e fraseologia tem sido apenas brinquedos do inimigo, e ele tem feito piada de sua fraseologia e dos seus termos e suas atitudes. Não deu certo. Isto não é realizado dessa forma, amado: nós não teremos poder sobre o inimigo e suas hostes pela terminologia, fraseologia, ou pela aceitação de ensinos, ou até mesmo assumindo atitudes. Pode haver um lugar para a verdade, um lugar para a doutrina, ensino, e existe a necessidade de atitudes, mas estes não são suficientes para alcançaremos esta posição. É uma questão de uma obra interior forjada espiritualmente pelo Espírito Santo; é uma questão de certos elementos espirituais se tornarem a própria natureza e constituição do Vencedor. Algo tem que ser colocado em sua própria constituição. É espiritual, e não técnico. Qual é o item básico forjado na constituição do crente que faz dele ou dela um vencedor, e o traz a obtenção deste poder sobre o inimigo e suas hostes? O que é? A raiz de tudo é a vontade de Deus. A batalha de todas as eras tem tido como principal tema a vontade de Deus. Essa pequena frase, uma das frases mais comuns entre os cristãos: "Seja feita a Tua vontade" é o ponto focal da batalha de todos os tempos; de todas as forças do céu e do inferno; elas estão concentradas nas questões de "seja feita a Tua vontade." As eras convergem para isso, e esta é a questão entre o céu e o inferno na batalha que se desencadeou durante todo o tempo, e quando você adiciona a cláusula: "Na terra como no céu", você definiu o palco, o lugar onde esse problema é resolvido. Esta terra se torna o palco onde será levada a termo essa questão da vontade de Deus, e daí, é claro, surge a explicação da encarnação de Deus em Cristo. Então somos capazes de reunir isso em vários fatores concretos que temos de reconhecer. Um deles é este; o fato da presença de uma vontade que não está sujeita à vontade de Deus, e isto em nós.

Então todos concordam com isso e o aceitam. Isto é quase um lugar-comum, não precisa de uma grande quantidade de ênfase, talvez seria em certos círculos, mas não entre a gente. O homem que não acredita na "queda" não aceitaria isso, mas aqui eu acho que podemos ter por certo que todos aqui universalmente concordam que há uma vontade em nós que não está sujeita à vontade de Deus, por natureza. Somos todos com muita frequência vivificados para esse fato. Mas por que falamos de uma coisa tão óbvia? Porque você e eu muitas vezes esquecemos, e ficamos surpresos, e muito desconcertados quando nos deparamos com isto. Encontramos até mesmo essas vidas consagradas, essas vidas que tem se declarado como inteiramente do Senhor - nós mesmos declaramos que somos totalmente de Deus, e sem hesitação dizemos que não temos nenhum desejo além de que o Senhor cumpra todo o Seu caminho em nós - mesmo nós, de vez em quando, temos os conflitos mais terríveis, e tudo por causa daquela outra vontade. Que surpresa! Nós que pensávamos que éramos totalmente do Senhor somos surpreendidos, de tempos em tempos, com um mau momento porque as coisas não saíram exatamente como nós pensamos que elas deveriam ir, ou como queríamos que elas fossem, como oramos que elas deveriam acontecer, pelos interesses do Senhor, supostamente pelos interesses do Senhor. Na medida que nós conhecíamos nossos próprios corações, acreditamos na nossa sinceridade absoluta para com o Senhor, e ainda temos maus momentos neste terreno. Temos que resolver isto, amado, ainda há uma outra vontade na carne que não é a vontade de Deus, por natureza, e que não está sujeita à vontade de Deus. Há uma outra vontade - existe a vontade da carne, a vontade da nossa natureza - e eu não compreendo nada do ensino da Palavra de Deus sobre a santificação progressiva, a menos que eu admita isso.

A próxima coisa que temos de reconhecer é o trato de Deus para nos levar a ser regidos interiormente pela vontade divina; e, em seguida, a terceira coisa é que o Senhor Jesus aperfeiçoou a vontade de Deus em Si mesmo de uma vez por todas, e deu o Espírito Santo àqueles que creem, para energiza-nos para essa posição. Isto é, é claro, o lado positivo, que é o mais estimulante. "É Deus que opera (energiza) em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade." Fp.2:13.

A Vontade de Deus mais Profunda que Doutrinas, Fraseologia ou Atitudes

Vamos passar por cima esse terreno com um pouco mais de cuidado. Primeiro, a presença de uma outra vontade neste universo e em nós, por natureza. Amados, esta não é apenas uma atitude mental ou consciente. Acho que não há nenhum de nós que não diria, se questionado, que foi totalmente devotado à vontade de Deus, que desejou totalmente a Sua vontade, que estava inteiramente do lado da vontade de Deus. Quanto à nossa atitude e consciência estamos - devemos dizer que nós estamos - na vontade de Deus e pela vontade de Deus. Nossas afirmações mais fortes são deste caráter. E, no entanto o mais estranho é que, embora com toda a sinceridade possamos afirmar a nossa posição nesta matéria, podemos ao mesmo tempo ser cheio de preconceitos, preferências, interesses pessoais, resistentes, mantendo ou tentando manter as coisas dentro do nosso próprio gosto ou desejo. Podemos ser presos e contidos por sistemas tradicionais e aceitações comuns. Isto não é apenas uma questão de nossa atitude consciente ou nossa consciência. A Vontade de Deus é uma verdade mais profunda do que a consciência e mais profunda do que a nossa atitude presente. Podemos tomar essa atitude neste momento em relação ao que chamamos a Vontade de Deus, e em meia hora, ou talvez amanhã podemos ser testados muito seriamente em um ponto da Vontade Divina e nossa atitude pode mudar e vamos descobrir que não era uma questão de atitude, e sim algo mais profundo; não era uma questão de nossa consciência, que era mais profundo do que isso.

Nós nunca sabemos o quão forte é a nossa vontade, até que Deus nos coloque em situações em que nos comportamos como nós nunca pensamos que iríamos nos comportar, e traímos a nós mesmos por causa do trato do Senhor conosco. Nós temos uma controvérsia com o Senhor, onde o teste predominante de tudo é a vontade de Deus, onde até então dizíamos: "Claro, toda a vontade de Deus." Ah, mas isso estava na superfície, e nós não sabíamos o que estava envolvido - algo mais profundo - esta outra vontade iria surgir em nossa própria natureza e, na medida em que isso for verdade, estaremos em fraqueza e o inimigo terá seu terreno, o terreno para nos derrotar, para ter poder sobre nós. E é isso que quero dizer como isto sendo uma questão de algo forjado em nossa constituição, não é algo que adotamos como uma atitude mental. E por isso queremos a vontade de Deus, não algo que acreditamos sobre nós mesmos, e não algo que hoje - quando as coisas não são tão difíceis - temos como nossa consciência para com Deus e Sua vontade, mas algo que é totalmente fora do alcance da mudança de atitudes, algo lá no fundo. Chegamos a um lugar onde é assim, e mudança nas condições não pode nos abalar, porque algo foi forjado em nossa constituição: a vontade de Deus operou em nós e se tornou nossa natureza. Nós nos tornamos participantes da natureza Divina. É uma questão de natureza, amados, não de atitude, não de consciência temporária da aceitação da verdade; é uma questão de natureza, nova natureza. Temos que reconhecer isso. Até que isso seja feito, não temos poder sobre o inimigo.

Você vê o que eu quero em relação a tomar atitudes contra o inimigo baseado em doutrina e pensar que tem ascendência. Não funciona. É esta companhia de Vencedores sendo posta à prova pelo fogo e tendo a vontade de Deus gravada em sua própria constituição. Com essa base nós somos vencedores. Você vê onde isto surge em Apocalipse 12. Vem pelo o sangue. "E eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro." O que isso significa? Porque "Ele derramou a Sua alma na morte." Quando? Como? "Pai, se é possível passa de mim este cálice, no entanto, não a minha vontade, mas a Tua". "É chegada a hora em que o Filho do Homem ser glorificado... Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer fica ele só... mas se ele morrer ela dá muito fruto. Quem ama a sua vida perde-la-á...". Você vê no derramamento do Seu sangue, Sua vida da alma no sangue até à morte, isto era Sua aceitação absoluta da vontade Divina e esse sangue derramado registra o triunfo da vontade de Deus, e ele foi levado por Ele até a presença de Deus como um testemunho de uma vontade aperfeiçoada.

Agora "não amaram as suas almas até a morte." A "palavra do seu testemunho" levou-os até o terreno do Seu sangue. Os princípios são todas patentes; que os vencedores - embora não com o mesmo efeito redentor universal, mas com a mesma questão sobre o inimigo - os vencedores vem ao longo da linha da vontade de Deus como aperfeiçoada em Jesus Cristo. O sangue representa a vontade de Deus aperfeiçoada no primeiro e supremo Vencedor, o Senhor Jesus, e pela palavra de nosso testemunho estamos no terreno desse sangue, testificando para o sangue que venceu a outra vontade na vontade de Deus. Essa é a palavra de nosso testemunho; não doutrina, mas a coisa forjada na experiência.

"Eles não amaram as suas almas..." A doutrina é boa, o testemunho é estabelecido através das provas, e um dragão ereto, de pé para nos engolir é um teste bom o suficiente para saber se vamos permanecer pela vontade de Deus ou não. Isso é uma coisa muito prática. É mais profundo do que as atitudes, a doutrina, a consciência; é algo forjado em nós que nos faz Vencedores, e esse algo é a vontade de Deus se tornando constituída em nossa própria composição e então, gradualmente, emergimos de batalhas sobre a vontade de Deus e chegamos ao lugar - não de aceitação passiva - mas uma posição positiva pela vontade de Deus. Ali o poder da força de vontade carnal é quebrada, que é a vontade satânica que foi colocada em nossa própria natureza pelo pecado de Adão.

A Vontade de Deus Forjada em nós Pelo Sofrimento

O segundo ponto: os tratamentos práticos de Deus conosco para nos conduzir a uma vida regida interiormente por essa vontade. Esta é a explicação de todas as nossas tentações, todas as nossas provações, as aparentes contradições que vêm até do próprio Senhor. Digo "aparentes contradições". Muitas vezes nos encontramos em uma posição onde parece que até mesmo o Senhor se contradiz. As provas de Abraão. Deus prometeu um filho, e, em seguida, disse que, neste filho – aquele que por um milagre foi trazido à existência - tudo da promessa e aliança Divinas estavam vinculados. Então o Senhor disse para ir, matá-lo e o oferecer como holocausto - um holocausto e nada mais. O Senhor parece estar dando voltas, por vezes, e contradizendo a Si mesmo. As aparentes contradições, os atrasos Divinos, as decepções, os reveses; todas estas coisas trazem à luz a nossa vontade. Estas não são as experiências comuns. Eu estou falando sobre as experiências espirituais dos filhos do Senhor que são, tanto quanto eles entendem seus próprios corações, sinceramente dedicados à vontade de Deus - e ainda assim, todos nós passamos por este curso de provações, quando nos deparamos com tentações graves e provas, contradições, atrasos, decepções, retrocessos, e todas estas coisas, elas vêm de encontro a nós.

O Senhor nos conhece melhor do que nós mesmos, e "o coração é enganoso acima de todas as coisas." O Senhor sabe que podemos ser sinceros aos nossos próprios olhos, mas Ele sabe exatamente o quanto nós desejamos algo, o quanto aquilo é um atrativo secreto para o que gostaríamos, e que teríamos; como existem coisas para as quais nós não abrimos nossos olhos - mas os mantemos semicerrados - e dizemos que se acontecessem, como seria agradável! Há algo por trás de tudo o que gostamos, desejamos; apenas aquela metade ou aquele elemento tripartido da autogratificação. Nós não a admitimos e quase não a reconhecemos, e ainda assim percebemos uma resposta da nossa própria alma. Amado, você pode dizer que isto é analisar muito de perto e tornar as coisas difíceis, mas temos que ir direto à verdade nestas questões. Há algo que enfraquece o terreno para Deus, e é uma tremenda vitória sobre o inimigo quando um filho de Deus chega ao lugar onde as suas maiores esperanças, desejos e ambições mais queridas são entregues ao Senhor e estão como mortas pela aceitação daquilo for a vontade Dele.

Se houver algo pessoal, carnal - eu não me refiro à algo grotesco, mas algo natural da carne – ambição, preferência, gosto, vontade, em qualquer direção, se isto houver, será um terreno de confusão, entenda isto de uma vez por todas. Você não terá uma orientação clara do Senhor se há mistura da vontade de Deus com a vontade da carne. O Senhor não pode nos guiar claramente, se houver o desejo pessoal envolvido; se houver um pouco de força pessoal em movimento; se a nossa alma entra em cena, quer seja o raciocínio, a afeição da alma ou a sua vontade, a alma selecionada; é a vida da alma. Se isso existir, nem que seja um pouco, não temos base para clara orientação pelo Senhor. Temos que nos distanciar e dizer, não como eu desejo, quero, ou penso, mas absolutamente como Deus quer. Temos que chegar ao ponto onde, pela graça de Deus, podemos realmente ocupar a posição onde a questão não nos importa pessoalmente, desde que o Senhor tenha aquilo Ele que deseja. Acredite em mim, amado, então haverá um terreno para uma orientação clara; mas se houver a força da vida da alma, como tal, quanto entramos em qualquer questão ou problema, isto traz confusão e vamos simplesmente obter direções contrárias e não teremos um caminho claro com o Senhor. É um terreno de fraqueza, e não podemos permanecer de pé, não podemos enfrentar a situação, somos fracos, e, portanto, é o terreno da derrota, um terreno sob o poder de Satanás.

O Terreno de Força de Satanás

O poder de Satanás não é mantido apenas por aquilo que ele é em si mesmo, mas pelo terreno que ele tem no homem. Ele deve ter um terreno, um terreno judicial seu em algum lugar, sobre o qual possa operar. O Senhor Jesus foi capaz de vencer, porque Ele podia dizer: "...aí vem o príncipe deste mundo, e ele nada tem em Mim" (Jo.14:30). Estamos derrotados neste terreno, a nossa derrota acontece no terreno de nossa própria força de vontade. Sim, muitas vezes aquilo que pintamos e adornamos como sendo algo desejado pelo Senhor. Nunca saberemos se as nossas contestações de que algo é para o Senhor é realmente genuína até que seja submetidas a um teste severo. Nós dissemos: "Seja feita toda a vontade do Senhor", então o Senhor nos coloca em algo muito intenso, e nós voltamos e dizemos "isto é mais rigoroso do que eu pensei que seria, está me nocauteando: eu fui um pouco precipitado..." Você invoca o desafio de Deus quando você toma essa posição. O Vencedor tem que chegar a posição onde é forjado nele ou nela esta vontade de Deus como parte de sua constituição, por meio de testes, provas, adversidades; chegando ao ponto onde nada vale a pena, senão a vontade de Deus.

É uma grande coisa você se encontrar - final, experimental e posicionalmente - onde antes você estava doutrinariamente, e às vezes é uma longa, difícil e terrível jornada de onde dizemos: "Sim, toda a vontade de Deus", até chegarmos lá. Nós não estamos lá por falar sobre isto, mas sim por aquilo que foi gerado em nós. Finalmente, deve haver uma entrega para o Senhor. O grão de trigo deve cair na terra e morrer, porque existe algo desta criação que deve ser lançado fora. A motivação pode ser correta, e a sinceridade boa, mas existem coisas pessoais ligadas a eles: desejos, ambições, coisas que nos dão muito prazer. Há uma mistura secreta de nós mesmos, e embora o Senhor salve alguma coisa - existe algo muito precioso para Ele - Ele tem que levar tudo à morte, para que, na morte, seja despojado todo o interesse natural e pessoal, e levantado em ressurreição algo que é totalmente de Si mesmo - e então você obtém o alargamento - o Filho do Homem glorificado.

Vou fechar lembrando do terceiro ponto. Enquanto nós estamos cara a cara com a severidade disto (que é uma coisa tremenda quando você está passando por isso e a vontade de Deus está sendo forjada em você e todas as coisas estão sendo levadas à morte) é abençoado lembrar que a vontade de Deus já foi aperfeiçoada em Cristo e Ele tem em Si mesmo garantida nossa perfeição na vontade de Deus. Leia novamente Hebreus 10:10 "Nesta vontade é que temos sido santificados..." aperfeiçoados para sempre, pela vontade de Deus cumprida em Cristo. "Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade"(10:9). "Nesta vontade é que temos sido santificados". Ele fez isto, Ele garantiu, e Ele garantiu a nossa perfeição em Deus em Si mesmo e agora, no terreno de que algo foi feito, uma realidade firme e viva, um fato para o qual nada pode ser acrescentado, Ele enviou o Espírito Santo para entrar em nós que O recebemos, para ser em nós o poder energizador da vontade de Deus. Deus, o Espírito Santo trabalhando, energizando em nós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade. É uma coisa abençoada estar ligado a algo que foi feito. Não é uma doutrina, mas uma pessoa viva, com um grande poder, o Espírito Santo, o próprio Deus trabalhando na direção de algo que Ele alcançou. Não é suficiente tomar posse disso como doutrina. Temos que tomar posse de uma forma prática. Por um lado, entregue ao Senhor, e por outro lado, estenda a mão com força e tome posse das energias do Senhor que serão o cumprimento em nós das palavras "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar... " (Fp.2:13).

Na hora em que somos desafiados, quando afinal, a vontade de Deus não é tão fácil de aceitar, quando estamos passando pela prova e quando estamos em nosso Getsêmani, quando o cálice é oferecido a nós - então, o que será? Oh, que se cumpra essa palavra em Fp.2:13, "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade." Se Ele não o fizer não vamos seguir em frente, mas por meio desse energizar de Deus "fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior" (Ef.3:16) nos tornaremos Vencedores, chegaremos ao lugar onde Satanás é roubado de seu terreno de poder em nós, porque a vontade de Deus perfeitamente cumprida é agora uma parte do nosso ser, nos aproximamos disso experimentalmente.

Deixo estas palavras finais da carta aos Hebreus para você, "Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, energizando em vós o que é agradável diante Dele”.

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