por
T. Austin-Sparks
Primeiramente publicado na revista "A Witness and A Testimony", em Jul-Ago 1928, Vol. 6-4. Origem: "What the Gospel Is". (Traduzido por Marcos Betancort Bolanos)
É muito importante que saibamos o que é o Evangelho. Se nos fosse pedido declarar que é o Evangelho, provavelmente indicaríamos algumas passagens da Escritura que consideramos serem inclusivas do Evangelho. Provavelmente João 3:16, e dizer – isso é o Evangelho. Estaríamos certos até certo ponto, mas no máximo estaríamos apenas afirmando certas verdades básicas sobre o Evangelho; verdades gloriosas, e contudo não sendo em si mesmas o Evangelho em sua plenitude ou em seu significado central.
Essas verdades são fatos maravilhosos e constituem partes do Evangelho, mas não é o Evangelho no sentido o qual você e eu devemos entendê-lo e conhecer seu significado.
Acredito que o Evangelho é justamente isto, simplesmente, mas mais profundamente, que o Filho de Deus, Quem é também o Filho do Homem, veio, e em Sua vinda expressou no mundo o tipo Divino do que Deus intencionou antes dos tempos eternos que Sua raça, Sua criação seja. Isto é, Deus contraiu-se ao espaço da vida humana; Deus manifesto na carne; Deus combinando com Sua essencial natureza própria outro tipo de criação chamada “homem” e nessa combinação, produzindo como de Si próprio, um tipo, uma classe, espécie que nunca ocupou o mundo anteriormente (até onde sabemos), o qual era Seu pensamento e concepção antes da fundação do mundo. Uma criatura na qual Deus é Ele mesmo residente pela Sua Natureza Divina; e na vinda do Senhor Jesus, o Cristo, temos essa espécie representada, esse tipo manifestado, e isso é o Evangelho. Que na imagem desse Filho aqueles que se tornam identificados com Ele em unicidade dessa vida Divina, são destinados a serem conformados, a serem o instrumento para a manifestação de Deus pela Sua habitação.
E esse é o mistério do qual o apóstolo Paulo fala tanto, você é familiar com a palavra: “o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações que é Cristo em vocês, a Esperança da glória.” “Este mistério é grande; nós somos membros de Seu Corpo, de Sua carne, e de Seus ossos.” A compreensão disto será tanto pessoal como corporativa.
Agora o Mestre lançou alguns raios de luz antecipados sobre essa revelação que era para vir mais tarde pelo Espírito Santo, através do espírito habitado da Igreja e seus membros, quando Ele disse palavras com as que estamos bem familiarizados - “nesse dia (que dia? Bem, nós sabemos) vocês saberão que estão em Mim e Eu em você,” “e se alguém Me amar, guardará Minhas palavras e Meu Pai o amará e viremos a ele e faremos nossa morada com ele.” Mais além, em Sua oração: “Eu neles e Tu em Mim,” e novamente: “Se alguém ouvir Eu entrarei para ele.”
A seguir mais tarde, estas palavras da realização desse maravilhoso prenunciado e promessa: “se Cristo está em você, o corpo está morto por causa do pecado, o espírito é vida por causa da justiça.” “que Cristo habite em vossos corações pela fé” - “Jesus Cristo está em você,” - e “para mim viver é Cristo” ao que pode ser acrescentado muitas declarações e pronunciações relativas a esta grande verdade central.
O Evangelho é a manifestação e revelação daquilo que estava no coração de Deus antes do mundo, quanto ao que Seu próprio povo deve ser; que Seu povo em quem Ele mesmo é residente, através de quem Ele revela e manifesta a Si mesmo, são definitivamente participantes de Sua natureza Divina, e que esse representativo, Jesus Cristo, o Filho de Deus e Filho do Homem, tem alcançado essa obra pela Sua Cruz, por meio da qual Deus pode obter Seu fim e realizar Seu propósito original. Isso é o Evangelho. E vendo Ele, não como uma figura histórica, não como apenas Jesus de Nazaré, mas vendo Ele como o representativo de todos os filhos de Deus como Filho inclusivo, e entendendo a verdadeira natureza do Senhor Jesus, vemos aquilo que Deus tem desde a eternidade nos escolhido para ser Nele mesmo. Essas são as Boas Novas; essa é a promessa, essa é a profecia, esse é o poder. É claro, estou bastante consciente de que muitas perguntas podem surgir de uma afirmação como essa, mas não tenho a cautela para ficar e discutir isso neste momento. Queremos reconhecer uma ou duas coisas em relação a este tema que resultam dessa declaração.
Temos dito muitas vezes que embora Deus criou Adão e intencionou ele para cumprir basicamente, e para realizar, a obra que Cristo, o Senhor veio a fazer e realizar, era senão uma criação probatória; Ele não criou ele no início no mesmo plano que o Senhor Jesus, e portanto, ele nunca perdeu o que o Senhor Jesus recuperou, mas o Senhor Jesus trouce infinitamente mais do que Adão jamais perdeu.
Era a intenção Divina que em última análise o Senhor habitasse e residisse no interior e manifestasse a Si Mesmo, como a partir do homem de Sua criação. Mas essa primeira criação que estava na mente de Deus intencionada a realizar esse fim, ignominiosamente falhou e caiu de Deus. A Cruz não entra para recobrar meramente o perdido. Existe muito equívoco em que o Calvário somente recupera o Paraíso e reconstrói a massa de destroços da queda de Adão, e erro, mancada e pecado. A Cruz pode fazer isso, mas faz infinitamente mais. Não começa onde Adão deu errado; começa com Deus Encarnado, e no terreno de tudo o que o Calvário fez exterminando uma ordem que tem provado ser inefetiva, você começa onde Deus originalmente intencionou que o homem acabasse, onde o homem deveria ter chegado ao final de sua provação. Se Adão não tivesse caído teria havido um desenvolvimento e um crescimento para a participação de uma vida não criada. É por isso que Deus protegeu essa Árvore da Vida, para que o homem não perpetuasse a espécie infinitamente. Ele podia ter mais tarde tomado isso, e possuindo a vida dos Séculos, compartilhando uma vida com Deus, vida não criada, vida interminável, ele podia chegar finalmente ao padrão da Filiação. Mas a provação falhou e o homem nesse plano foi eliminado na Cruz e essa criação foi finalizada; e quando o Senhor Jesus ressuscita dentre os mortos, Ele ressuscita não de uma raça Adâmica mas Ele ressuscita como o primogênito dentre os mortos, completamente de um nova espécie; e é uma nova criação, não uma criação renovada – uma nova criação, algo que nunca tem existido anteriormente. E isso é ocasionado pelo mesmo Espírito energizado desde Deus na criação original, mas que energiza muito mais agora para produzir esta outra coisa. Nunca jamais houve tal energização do Espírito Santo na história do Universo como é manifestada no levantar de Jesus dentre os mortos.
Em nossa ressurreição em união com Cristo temos de “andar em novidade do espírito”. Não meramente o velho espírito ressuscitado, mas uma novidade do espírito. Qual é esta novidade? Está no fato da habitação interior do Espírito Santo como sua verdadeira vida; Cristo residindo no interior pelo Espírito Santo. Isto é novo. Nunca foi real do homem anteriormente, as operações do espírito de Deus eram antes sempre, sobre – a partir de fora.
Isto nos leva direto de volta para o A.B.C. de nossa vida cristã e experiência para reconhecer isto, que filiação neste sentido superlativo, relacionamento com Deus deste tipo, o qual é sermos filhos de Deus no Filho eterno, é sobre a base de Deus mesmo sendo residente em nosso espírito e isso sobre a base de algo novo que tem sido realizado na ressurreição do Senhor Jesus, uma nova criação, na qual Deus toma Sua morada. “sobre a carne do homem o óleo ungido não virá.”
A partir desse momento em diante o curso da experiência espiritual é a história da ascendência progressiva de Deus no espírito do homem sobre esse outro velho homem exterior.
Há momentos em que é difícil para o povo do Senhor colocar um pedaço de tecido de papel entre os dois. É muito difícil para você, por exemplo, às vezes ser capaz de ver a mais estreita linha entre sua oração e a oração de Deus o Espírito Santo em você. Você está orando e para tudo o que você vale, mas a sua oração como tal não chega a nenhum lugar, se fosse deixado aí você poderia seguir orando e não chegarias a nenhum lugar até que em sua oração haja um ingrediente adicional.
Muitas pessoas têm a ideia de que o incenso na Bíblia representa as orações do povo de Deus, isso não é assim. Eles citam a Escritura em Ap. 8 - o incensário de ouro, e imediatamente a seguir a declaração “com as orações de todos os santos” - tenha cuidado com sua gramática - “o incenso que são as orações dos santos.” Que são as orações dos santos? As taças de ouro. Que é o incenso? É a oração do Espírito Santo nos santos (Ap. 5:8). O grego nessa passagem deixa perfeitamente claro que são as taças as orações dos santos, e o incenso é algo que lhe é acrescentado; o incenso é acrescentado às orações dos santos. Elias, um homem sujeito às mesmas paixões – ele orou e “em sua oração ele orou”, há algo extra lá. Que é? O homem ora, mas enquanto ora algo chega através de sua oração, vem direto do Trono de Deus. Somente essa declaração que vem diretamente de Deus mesmo pode abrir ou fechar os Céus. E isso é o que se entende ao orar no Espírito Santo, o Espírito Santo orando em você. Pois acaso não é dito com certeza que Ele fará intercessão com gemidos inexprimíveis. O Espírito Santo está na Igreja, o Corpo de Cristo, e é aí que Ele está completando Sua advocacia e intercessão. Há momentos em que um algo inexprimível está em nosso espírito, um tremendo clamor o qual somos incapazes de articular, um gemido que não podemos proferir e embora você não possa articular isso, essa é a coisa mais eficaz; esse é o ingrediente extra.
É por isso que Deus foi tão particular quando deu os ingredientes do incenso - “nada disto será usado por homens para vós mesmos.” Não meramente para fazer, mas não para vós mesmos. Isto não era para a carne, era para o puro propósito de Deus; e se entrasse na esfera da carne, haveria uma chama de julgamento – assim era quando fogo estranho era oferecido. É aquilo que é Deus mesmo, efetuando Seus propósitos, os quais estão relacionados a esta nova criação.
Alguém da graças a Deus por esse algo extra, porque enquanto um tem uma união muito abençoada com Deus e vida Nele, alguém está sempre cometendo erros; constantemente sendo insuficiente; constrangido com falta de sabedoria e entendimento, e estão bem longe dessa revelação da vida totalmente no espírito. Apesar de que o relacionamento de alguém com o Senhor é absolutamente claro, e apesar de que o espírito de alguém é puro (prefiro interpretar “coração” como “espírito”) para com Deus e apesar de que alguém está sempre e constantemente orando - “Senhor, forja essa Cruz nas profundezas do meu ser,” enquanto alguém faz isso, apesar das limitações, há um mover do Senhor, Ele o está fazendo embora nós sejamos de pouca fé, o qual não é nada mais do que Deus mesmo continuando com Sua obra. Isso nunca será pensado ser um motivo pelo qual podemos continuar a tropeçar, mas à medida em que alguém está procurando seguir com o Senhor, o Senhor está fazendo Sua obra. Nós estamos em união com o Senhor e Ele nos Têm levado. Às vezes Ele nos deixa fazer estes falsos movimentos para mostrar-nos que este assunto é do Senhor e não nosso.
A concepção principal está diante de nós e a linha é simplesmente esta – que Deus tem um desenho, uma espécie em mente que é a reprodução Dele mesmo, uma encarnação Dele mesmo não apenas num homem mas num Corpo, a encarnação inclusiva de Deus, o Corpo de Cristo, composto de nascidos de novo; essa era Sua concepção original. Adão não perdeu isso, ele falhou em alcançá-lo. A Cruz entra e destrói esse tipo de coisa, não meramente o resultado da falha de Adão nele mesmo e na terra, Ele o destrói – o primeiro Adão.
Na ressurreição isto é revelado, mas Deus mesmo acarreta a ressurreição pela energização do Espírito Santo e filiação neste sentido superlativo e transcendente no terreno de uma união com Cristo na ressurreição por uma revelação interior de Deus através do Espírito Santo. “Porque somos filhos, Deus enviou o Espírito de Seu Filho aos nossos corações, que clama “Aba, Pai” - “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é Dele.” Filiação é somente possível pelo caminho da Cruz pela habitação interior do Espírito.
Estes são princípios abrangentes, mas eles trazem consigo conforto e garantia de que o fim será alcançado porque Deus o tem prometido. Ele não o deixa conosco para fazê-lo, é Deus quem opera em nós. É muito difícil entender por que alguns que afirmam ser o povo do Senhor, que carregam Seu Nome e estão comprometidos no que é Seu serviço, podem seguir com contradições grosseiras e fundamentais em suas vidas, e que o Espírito Santo seja residente neles para declarar neles a Vontade de Deus. Isto é muito difícil de entender, mas acredito que é impossível continuar assim se realmente o Espírito Santo está tendo o controle.
Nos dias sem iluminação em que se sabia muito pouco sobre o fato da revelação, alguém operava sobre o objetivo e externo, mesmo assim alguém reconhecia com toda clareza que eles eram resistidos quando eles diziam algo de um púlpito ou plataforma que não estava de acordo com a verdade, e no entanto parecia nascer pela verdade, mas alguém lembra que eles não tinham um bom tempo quando eles a estavam dizendo. E nós estamos sendo checados assim o tempo todo se o Senhor realmente está no interior. Você está seguro se o Senhor tem se instalado dentro. Você terá uma checagem quando estiver cometendo um erro.
O segredo inteiro de caminhar no Senhor é que o Senhor está andando em você.
Que Ele possa nos levar à operação eficaz disso para que possamos conhecer que é isso extra – Cristo em você, pelo Espírito Santo, a esperança da glória.
Até aqui temos visto algo da natureza do novo homem que Deus tinha em mente como a realização última de Seu desejo. Temos visto que Cristo que é Deus manifesto na carne, é a única resposta, mas a absoluta resposta a essa busca de Deus desde antes do mundo e sua criação, e que Cristo é o primeiro e representativo e inclusivo desse tipo. Ele responde especificamente ao desejo e requerimento Divino em que Ele é uma manifestação de Deus pela habitação de Deus.
Temos sido habilitados a ver apenas um pouco do significado de Pentecostes e da vinda do Espírito Santo como uma parte inseparável da Cabeça Triuna, e instalando-se no espírito do homem da nova criação no terreno da ressurreição de Jesus, a Cruz tendo para sempre destruído da existência, tanto quanto a Deus se refere, a criação de Deus em Adão.
Então temos a apresentação, como um novo homem em Cristo Jesus; que ele é de uma maneira muito real pela intenção Divina um homem-Deus – um homem habitado por Deus, um homem possuído por Deus, um homem revelando e manifestando Deus, e em tudo portanto, não um homem natural mas um homem sobrenatural que tem o Cristo Ressuscitado como seu tipo, ele é essencialmente um homem espiritual. Todo o seu ser e a sua vida é espiritual, seu sustento é espiritual, sua luta é espiritual, seu serviço é espiritual, seu equipamento é espiritual, seu caminhar é espiritual; tudo deste homem é espiritual porque ele é um ser espiritual.
Você diz - “isso não nos descreve!” - “certamente isso deve descrever um estado futuro”. Mas sim nos descreve se estamos em Cristo Jesus. Essa é a nossa descrição, mas temos que ser capazes de claramente fazer essa discriminação entre o homem exterior e o homem interior, e reconhecer que este homem não é o homem exterior com o qual estamos tão familiarizados, mas é o homem interior para quem nós, o homem exterior, são estranhos. Estamos aprendendo a conhecer ele e conhecer-nos a nos mesmos pela operação do Espírito Santo.
Alguém sente um desejo de indicar de novo por palavras conhecidas, como aprendemos a conhecer este novo homem como nós mesmos, reconhecer ele e ver quem ele é e o que ele é, de que ele é feito, o que ele pode fazer e quais são suas qualificações.
Vemos ele principalmente em seus revestimentos e serviço como retratado em parte e muito claramente nesse capítulo doze da primeira carta aos Corintios. Veremos aqui novamente como tem sido dito já, que este novo homem é tão distinto do nosso homem velho, exterior, natural quanto duas entidades qualquer podem possivelmente ser distintas uma da outra. Estas duas entidades são completamente distintas uma da outra. São polos à parte e toda a composição delas está claramente dividida, e entre as duas está a Cruz que escreve morte por um lado e vida pelo outro.
Se este novo homem é um homem-espírito, é nascido do alto, nascido do Espírito Santo, pois aquilo que é nascido do Espírito é espírito, e se somos nascidos do Espírito, por consequência somos espírito em nossa nova vida, nova natureza, e novo ser; se este homem é assim então seu equipamento deve ser espiritual.
Isto não é algo para o qual você tem que escalar, é entrelaçado com a vida sua e é a expressão dela, mas você é chamado para reconhecer três linhas definidas de separação, reconhecê-las e assenti-las e permitir o Espírito Santo deixar elas bem claras e práticas na sua experiência; essa é a nossa educação espiritual.
A linha clara de distinção e discriminação na questão do uso e serviço e obra é simplesmente esta: que as habilidades e revestimentos e qualificações e dons da vida natural não são o terreno primário de nossa atividade e serviço na vida espiritual; que nossa atividade e serviço como um novo homem é sobre o terreno de um equipamento inteiramente espiritual, e que não é natural mas sobrenatural. E que se este novo homem é um homem sobrenatural, ele requer o ato transcendente de Deus nesse poder que em si mesmo transcende todas as operações ordinárias do natural e que relaciona-se a todas suas atividades e obras, e estas são o produto de impactações e dons especias, definidos, espirituais.
Aqueles que não têm naturalmente dons podem tê-los espiritualmente, ao passo que aqueles que tem naturalmente abundância deles não têm nada do que se vangloriar.
O próprio nascimento não é da vontade da carne nem da vontade do homem.
O que 1 Corintios 12 realmente representa? Temos pensado nisso e pensando temos entrado numa enorme quantidade de confusão e dado espaço para muitas preponderâncias. Temos reconhecido a verdadeira natureza disto, que é indispensavelmente necessário que este novo homem pelo Espírito Santo tenha qualificações espirituais especias para fazer a obra pela qual o Espírito Santo – no conhecimento do propósito de Deus em relação a cada um – tem equipado e chamado ele. Deus sabe para o que somos chamados no Corpo de Cristo e Ele tem feito provisão para nosso equipamento para fazer essa coisa. Este capítulo apresenta para nós muitas dessas coisas pelas que o novo homem cumpre sua nova vocação segundo à vontade de Deus. Dispensações e disposições foram ditas para serem como Ele quis. Alguém não tem estas coisas como demostrações extraordinárias, mas como a expressão normal e natural de uma vida espiritual, que o Senhor dê equipamento para serviço especial.
Agora amados, nunca estaria certo você dizer “não estou apto para isso, não estou qualificado para isso; não tenho habilidades de nenhum tipo ou dons ou qualificações para a obra do Senhor.” Se você é realmente nascido de novo do Espírito Santo e você é esta nova criação, o que tem acontecido é que estando no mundo você não pode fazer nada. Você não pode nem falar nem usar sua mão nem pés ou seus olhos, você é simplesmente inútil na nova criação. Sou da persuasão de que não há nenhuma coisa inútil na nova criação. O Espírito Santo embrulha com a nova criação essas coisas que vão fazer capaz a realização de seu fim e efetivar seu propósito.
Tendo feito a provisão, temos como nosso patrimônio, nossa herança na nova criação, o direito de equipamento de um caráter sobrenatural para a obra de Deus e tendo-o como algo que é natural para nós na esfera espiritual.
Duas coisas devem ser ditas aqui. Todos nossos problemas está em reconhecer isto, que nossa inutilidade ou nossa utilidade em nossa vida natural não é critério nenhum, e aí é onde a Cruz entra. Vem no lado positivo para as pessoas muito inteligentes, para golpeá-las direto para fora da esfera da real efetividade espiritual, golpeá-las como pessoas inteligentes, como naturais, em seus equipamentos e revestimentos; isso é um fato, por mais que você se contorça e discuta. O curso de experiência espiritual é fazer eles perceber quão totalmente inúteis eles são em serviço espiritual, eles não contam! Suas obras chegaram ao fim, suas habilidades chegaram ao fim, suas reputações chegaram ao fim, eles não mais podem manter suas cabeças erguidas diante de homens e afirmar serem alguma cosia em obra religiosa. Não podemos fazer as coisas que uma vez podíamos fazer mesmo no Nome do Senhor.
Mas então no reconhecimento desse fato, o significado da Cruz, eles não chegam ao fim mas ao começo. Eis que faço todas as coisas novas e todas as coisas são agora de Deus, enquanto que antes elas eram de algum outro lugar.
A nova porta com um novo equipamento. Quão diferente! E apenas aqueles que têm passado um pouco através dessa nova porta sabe quanta diferença. Sua sabedoria aqui é absolutamente confundida, seu gênio natural para ter coisas feitas é absolutamente levado à confusão; você é feito de bobo se você ousar mover-se nessa esfera outra vez, e Deus vê que você não tem êxito dessa forma.
Mas agora é um novo tipo de coisa – a Sabedoria de Deus colocada contra a sabedoria deste mundo. Esta sabedoria deste mundo é sensual, física, é diabólica. (Tiago 2:15). Um tipo diferente de sabedoria, “pelo mesmo Espírito a palavra de sabedoria; a outro – conhecimento,” isto está tão distanciado do conhecimento natural quanto o céu está da terra. Por ela as coisas que são de Deus são realizadas, feitas, e aquilo que é de Deus supera em muito qualquer coisa que possamos fazer.
Temos que encarar o fato de que a Cruz significa por um lado levar-nos para onde clamamos, embora temos sido os mais capazes e bem sucedidos, “não posso!” - “não posso!” - esse é o fim. Você tem que aceitar esse fato, quanto mais cedo melhor, antes que entremos nessa nova criação, “eu posso, em Cristo, todas as coisas”.
Temos que reconhecer que estes equipamentos e revestimentos são raciais e como tais são corporativos. A Igreja é também chamada uma “nação”, “uma nação eleita”. As metáforas são todas trazidas juntas - “uma nação eleita, um sacerdócio real, uma casa espiritual.”
Nação – a raiz é um nascimento, se refere a um nascimento; é racial, é sobre o terreno de partilhar uma vida. Se isto é verdade e o Espírito Santo é “O Espírito da Vida” essa vida, Ele é também o Espírito do serviço, e portanto de equipamento, por quem ou por meio de quem os dons são dados - “distribuídos” - para esses que partilham a vida comum do Corpo. Estes dons são dons corporativos e relacionados, e eles não são para serviço ou ação independente, mas tudo pretendia contribuir para um objetivo e propósito, e eles são inseparáveis.
Se isto é verdade e os dons, as qualificações, são o direito natural de nascimento na base de uma vida comum para um fim comum num Corpo corporativo, serão apenas manifestados e efetivos em seus próprios lugares e relacionamento. Isto é que o membro tem que estar corretamente relacionado e posto em posição, e função dentro dos definitivos e claramente definidos limites da designação divina deles. Sair fora de sua designação no Corpo de Cristo é de uma só vez deter o funcionamento do Espírito Santo através dessa divina importação. “desperta o dom” - para mantê-lo em ascendência porque pode ser perdido em seu poder – despertá-lo.
Se tudo isto é verdade, o Espírito Santo requer para a expressão e manifestação dos dons um discernimento do Corpo, um reconhecimento do fato do Corpo. Pois equipamento espiritual é dependente de relacionamento, ministério em e para o Corpo de Cristo. Se requer-se o Corpo para isto então o Espírito Santo requererá um discernir do Corpo se é para haver uma manifestação de revestimento para o serviço do corpo.
Isso nos leva para esse muito mal compreendido testemunho do Corpo que foi discernido indubitavelmente pela Igreja em seus primeiros dias claros quando aqueles que eram membros representativos no Corpo trouxeram cada novo convertido, cada novo membro eleito, que tinha confessado e declarado a união deles com o Corpo de Cristo, e num ato definitivo pela imposição de mãos sobre eles e mantinham um testemunho para o Corpo, e o Espírito Santo reconhecia seus testemunhos e dava Sua própria atestação disso, e por tais meios e tais momentos equipava esse membro para a obra – era “a obra para a qual Eu os escolhi”. Timóteo, “desperta o dom que existe em ti pela imposição de mãos”. Que era isso? Estava lá por profecia. Faça o trabalho de um evangelista, cumpre teu ministério. Quando o Espírito Santo orou através dos que oraram sobre Timóteo, evidentemente Ele orou profeticamente quanto à obra de Timóteo como um evangelista. “por profecia”, diz Paulo (1 Timóteo 4:14,2,6,4,5).
Amados, é bastante claro que este novo homem é um novo homem corporativo, seu equipamento é um equipamento corporativo, seus revestimentos são da obra inteira do Corpo. O reconhecimento e discernimento desse fato é requerido pelo Senhor num testemunho definitivo, e daí não necessariamente por alguma demonstração naquele momento. Existe um calmo mover silencioso pelos ministérios que tomam seus próprios cursos e encontram um especial ênfase no Corpo de Cristo, e enquanto nos mantemos dentro da esfera desse ministério, cresce e assim torna-se a expressão natural de nossa vida no Corpo de Cristo.
Um sente que é necessário adicionar como uma nota o pronunciamento enfático que embora cumprindo a mente Divina e vontade como representativo e “Primogênito” - a cabeça federal de uma nova raça – Cristo era infinitamente mais do que isso. Ele é Deus com Deus. Deidade nunca será a essência do homem da nova criação. A sua será natureza Divina por derivação, não como ser original. Devemos sempre reconhecer os dois lados do ser e obra de Cristo.
Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.