por T. Austin-Sparks
Capítulo 4 - Unidade com Cristo e Afinidade Mútua
“Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem” (1 Coríntios 11:30).
Nas palavras acima, o apóstolo traz a nota que fez depois de realizar uma consulta clínica espiritual relacionada às doenças e debilidades dos crentes de Corinto. De fato, ele foi além disso, e deu a razão para a morte de "não poucos". Evidentemente as coisas eram muito ruins lá quanto ao físico. Acidentalmente, e ainda assim como uma parte impressionante do todo, é impressionante que tanta doença física e - aparentemente - morte desnecessária, devessem estar entre aqueles que diziam que "não faltava nenhum dom”, incluindo o dom de curar (1:7; 12:9).
Agora vamos esclarecer este ponto dizendo enfaticamente que havia uma razão definida para essa condição, e evidentemente uma que se baseava em um estado de coisas que deveria reconhecido como errado. Isso significa apenas duas coisas.
Um - toda enfermidade, doença e e morte não se deve a um pecado específico da parte do aflito. Isso certamente seria algo desnecessário de mencionar, mas dizemos com veemência para que algum sofredor não assuma a condenação desnecessariamente. Temos muitos sofredores "na vontade de Deus".
A outra coisa é que deve ter havido algum conhecimento que colocou esses crentes em categoria daqueles que sabiam algo e não estavam pecando em ignorância. De fato seria uma coisa dolorosa se os conselhos Divinos decidissem que tal pronunciamento definido fosse feito onde as pessoas fossem totalmente ignorantes de seus pecados e atos errados.
Todo o tom desta carta mostra que o estado das coisas tal que demandava por palavras severas e não conselhos suaves.
Isso nos leva ao ponto exato dessa palavra em particular. Existe um princípio que queremos indicar. A natureza real de "não discernir o corpo" não é o objeto de nossa investigação. O princípio é este:
Se qualquer um ou qualquer parte do corpo do povo do Senhor vier a conhecer a verdade divina em geral ou em particular, e permanecer definitiva ou ostensivamente com ela, eles entrarão em contato, não com a doutrina abstrata, mas com o Deus vivo, e com aquilo que O envolve. O efeito deve ser positivo para a vida ou a morte. Eles nunca podem permanecer como eram antes; mais cedo ou mais tarde haverá um problema. Se essa verdade Divina tiver surgido, ou eles tiverem seguido o seu caminho, em algo mais do que uma mera tradição, isto é, por uma verdadeira obra de primeira mão do Espírito Santo, as questões serão mais imediatas e positivas. Se tal povo - como neste caso básico em Corinto - conhecer por um ministério do Espírito Santo a verdade de:
a) A essencial unidade vital dos crentes com um Cristo crucificado e ressurreto - implicando em sua própria morte para a vida do ego, e ressurreição para viver "de agora em diante" para Ele - então ao trazer sua velha natureza positivamente para aquele novo reino, implica que eles precisariam encarar o impacto do golpe mortal da cruz.
Ou eles devem saber a verdade de:
b) A unidade essencial e afinidade de todos os crentes como "um só pão, um só corpo", e então agem de qualquer maneira definitivamente violando esse parentesco. Tais pessoas devem sofrer as conseqüências de se afastar da "cobertura" e salvaguarda que, de maneira muito real - está ligada à vida espiritual corporativa. Se entendemos as leis e o funcionamento dos valores protetores de nossos corpos físicos, e percebemos como um relacionamento perturbado em sua função conduz ao sofrimento e à morte - a menos que seja correto - devemos saber que Deus constituiu todo o universo físico sobre princípios espirituais. Além disso, devemos perceber que o termo "Corpo", usado para a Igreja, não é uma mera metáfora, mas algo muito real.
Não é possível aceitar qualquer revelação Divina sem estar envolvido em seus princípios e sofrer as consequências se esses princípios forem violados. Assim, o apóstolo diz “Eis a razão”, ou seja, essa é a causa. Você não pode professar que Cristo é o Senhor, e então ser seu próprio Senhor. Você não pode ser membro de uma família e ignorar a família, e ser como se fosse da família. Você não pode ser um membro de um corpo e, em seguida, fazer seus próprios planos e realizar seus próprios arranjos sem levar em conta as leis de relacionamento. Isto carrega suas próprias leis de retribuição, e temos o Espírito Santo a ser levado em conta e tomado em consideração. Podemos escorregar, abandonar e as correções do Senhor podem ser gentis, mas a questão da responsabilidade varia de acordo com a oportunidade, privilégio e posição.
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