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Em Contato com o Trono

por T. Austin-Sparks

Capítulo 2 – Oração como Combate

Ler: Neemias 4:9,17,20. Efésios 6:18.

Frequentemente a vida cristã é assemelhada com uma guerra, e vemos um apelo para que as pessoas venham a ‘aderir às suas fileiras e entrar na batalha do Senhor’. Mas existe um vício nesse apelo, porque, embora esta batalha e grupo militante sejam verdadeiros, a real consciência dessa luta e combate não existe até que sejamos salvos e estejamos ‘do lado do Senhor’. Quem não é convertido desconhece essa batalha. Para estes, o combate se trata de um relato, algo sobre o qual se fala, objetivamente, mas que está no exterior, e suas ideias a respeito são confusas e incorretas. Até que estejamos em Cristo, não conheceremos a realidade dessa batalha.

Não estamos interessados neste momento em discorrer somente sobre o combate da vida cristã no seu sentido geral. Estamos interessados naquela guerra que está especialmente ligada e relacionada ao pleno testemunho do Senhor Jesus. A concepção geral é que o combate cristão se relaciona com os males, erros, maus hábitos, coisas neste mundo e condições humanas que deveriam ser diferentes. E é exatamente nesse ponto que encontramos a concepção equivocada de homens e mulheres não convertidos. Eles pensam que entrar no exército cristão significa combater contra as maldades, erros e maus hábitos que abundam neste mundo. Mas quando realmente entramos em contato com o pleno testemunho do Senhor Jesus, logo desenvolvemos uma outra consciência: aquela de que não deveremos lutar apenas contra maldades, erros e pecados, mas contra forças espirituais – inteligentes, astutas, venenosas e maliciosas – que estão agindo por trás de todas as coisas. É com essa guerra que estamos interessados no momento. Aquela que está relacionada ao pleno testemunho do Senhor Jesus, ao Seu absoluto e perfeito senhorio neste universo, e esta guerra não é contra coisas, mas contra entidades espirituais, chefiadas por um grande personagem espiritual, o maligno.

Conflito Espiritual Implica numa Posição Espiritual

Esta guerra está relacionada a uma posição. Só teremos essa consciência em determinada esfera. Podemos ser cristãos, e podemos perceber adversidades, dificuldades, oposições e todas essas coisas que tornam a vida cristã difícil e cheia de conflitos, demandando por essas características militantes na vida. Contudo, podemos ainda não ter entrado na esfera suprema de batalha dos santos, e do testemunho do Senhor Jesus.

Mas, se cada um de nós, como crente, chegar à revelação da plenitude do Senhorio de Cristo, à grandeza da obra de Sua cruz e à luz da Igreja que é o Seu Corpo, então imediatamente adentramos em uma nova esfera de conflito, a característica da batalha muda. Começamos a desenvolver uma consciência, ou ela começa a crescer em nós, de que estamos enfrentando algo muito mais sinistro e mais inteligentemente maligno do que aqueles males que abundam no mundo. Ficamos cada vez mais conscientes de que é diretamente com o maligno e suas forças que estamos lidando.

Mas esta consciência está atrelada a uma posição específica, e a experiência dos crentes é que o quanto mais eles avançam com o Senhor (o que significa ascender do terreno para o celestial, cada vez mais para longe da velha criação em direção à nova, da carne para o espírito) mais intimamente eles entram em contato com as supremas forças espirituais do universo, e esse conflito assume novas formas, tendo um outro caráter. É um combate associado a uma posição alcançada pelo cristão, e à uma consciência que surge em uma esfera específica. É, em ampla medida, uma guerra espiritual, e, sendo assim, ela pressupõe uma condição espiritual da parte do cristão.

Colocando isto em outras palavras: quanto mais espirituais nos tornamos, mais espiritual se torna o combate; e mais espiritual a guerra passará a ser em nossa consciência e entendimento, de modo que perceberemos que temos nos tornado mais espirituais.

Quando somos carnais, nosso combate é carnal - e digo isso me referindo a crentes, não a descrentes. O incrédulo não é denominado carnal, mas natural. Quando somos crentes carnais, nossa guerra e nossas armas também são carnais. Ou seja, enfrentamos os homens em seus próprios níveis, respondendo às suas provocações da mesma maneira. Se eles nos atacam com argumentos, nós retribuímos com argumentos, se suas armas são a razão, nós também usaremos a razão; se a investida for pela força do temperamento, nós reagiremos a eles no calor da carne; e se eles vêm a nós com críticas, bem, nós lhes devolveremos na mesma moeda, enfrentando-os sempre no mesmo nível.

Essa é uma guerra carnal, com o uso de armas carnais. Quando deixamos de ser carnais, abandonando totalmente esse terreno, nos tornando completamente espirituais, chegamos a um novo terreno, que age por trás dos homens, lidando diretamente com as forças espirituais, e não meramente com forças carnais. Entraremos em contato com algo que está por trás do homem carnal, por isso ele fica completamente impotente na presença de um homem espiritual, pela simples razão de não conseguir fazer com que o homem espiritual desça para o seu nível. Assim, ele fica desarmado e, mais cedo ou mais tarde, deverá reconhecer que o homem espiritual é superior. Mas a superioridade não ocorre apenas porque o homem espiritual está em um novo nível, mas é porque ele não está mais enfrentando o homem natural, e sim as forças que atuam por trás dele. Agora o combate é espiritual. Paramos de lutar segundo a carne, contra o homem, contra a carne, nosso combate acontece em outra esfera. Isto representa um avanço e crescimento espiritual, representa espiritualidade. Quando entramos na verdadeira guerra espiritual, esse novo estado é um pressuposto. Nessa esfera os recursos naturais do homem são completamente inúteis e são descartados, porque para esta guerra somente o equipamento espiritual é permitido e é de fato eficaz. Esse combate é travado com armas e recursos espirituais. Em Efésios 6 nos vemos nos lugares celestiais, lutando, não contra carne e sangue, mas com os principados e potestades, porém equipados com a armadura espiritual, a armadura de Deus.

A Vida de Oração – O Alvo do Inimigo

Depois de abordar esse ponto preliminar, chegamos ao ponto de importância básica para nós: que o campo desta batalha é a oração. Quando o Apóstolo Paulo nos mostrou a completa armadura de Deus, com todas as suas partes, e nos exortou a resistirmos, nos revestindo dela, ele estendeu o terreno debaixo dos nossos pés, dizendo: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. O campo de batalha dessa luta é a oração. Ou seja, esta batalha é vencida na esfera da oração, que é onde essas forças são enfrentadas e derrotadas. Sendo assim, o principal objetivo do inimigo é a vida de oração do cristão. Este é o ponto focal de toda a atenção e estratégia do inimigo.

Esta é uma questão de máxima importância para nossa compreensão e identificação. O ponto focal de toda a atenção e estratégia do inimigo é a vida de oração do cristão. Se ele puder destruir isto de alguma maneira, ele ganhou o dia, derrotou os santos e frustrou os propósitos de Deus. O inimigo combate de maneira persistente, enérgica, violenta e astuta a vida de oração do cristão. Ele faz isso de formas variadas, primeiramente por meio de linhas preventivas, para impedi-la, e por isso haverá uma tremenda batalha e conflito para conseguir orar - não apenas orar, mas conseguir orar, de fato – e ele empregará toda a sua perspicácia, astúcia, artimanhas, e desenvoltura para impedir a verdadeira oração espiritual. Vamos nos concentrar mais nesse assunto.

O Combate da Oração

Estou certo de que a maioria concorda comigo quando digo que uma das coisas mais difíceis, se não for a mais difícil, é ser capaz de conseguir orar, e se entregar a isso. Quando contemplamos a oração, encontramos diversas dificuldades inesperadas e imprevistas que nos espreitam, e se arremetem sobre nós. Qualquer coisa para impedir a oração! Não estou falando de coisas que você não saiba, mas digo isto para que reconheça de maneira clara, definitiva e deliberada, e encare o fato de que não são apenas as circunstâncias comuns que impedem a sua oração, mas tudo se trata de um esquema intencional, bem ordenado pelo inimigo. Em vez de se opor, o inimigo irá promover mil e uma ocupações para o Senhor, se por meio delas ele puder impedir a oração. Ele não se importa se estivermos ocupados com a obra do Senhor, nem se estamos pregando e conduzindo reuniões, denomine como for. Ele sabe muito bem que toda a obra feita para o Senhor que não for fundamentada em uma oração espiritual triunfante valerá muito pouco no longo prazo e fatalmente sucumbirá. Ele não se importa com a nossa obra. Trabalhe para o Senhor o máximo que puder, mas, se deixar a oração de lado, não terá muito êxito. Uma das sutilezas do inimigo é nos fazer ficar ocupados, tão agitados e sobrecarregados com aquilo que acreditamos ser as coisas do Senhor e Sua obra, que nossa oração fica reduzida e limitada, se não quase que inteiramente descartada. O Senhor jamais aceitará essa desculpa: ‘Senhor, estou muito envolvido em Seus interesses para orar’. O Senhor jamais favorece uma atitude como essa.

Lembre-se que quando os filhos de Israel começaram a mencionar seu êxodo do Egito, a reação do inimigo foi dobrar o seu serviço, e isso para fazê-los ficar tão ocupados com o serviço, que não haveria mais tempo para contemplar o êxodo. Logo que nos propomos a estabelecer uma vida de oração mais plena, o inimigo lança um novo esquema para manter-nos mais ocupados, aumentando o serviço e as demandas de modo que não tenhamos tempo ou oportunidade para orar.

Penso que devemos encarar essa questão. Naturalmente existem muitos argumentos sobre o dever, a obrigação e a responsabilidade, e pode soar como se colocar algumas coisas de lado para orar seria negligenciar o dever, ou faltar com a obrigação ou a responsabilidade, mas existe um momento quando devemos lançar essas questões diante do Senhor, e orar.

Certo, evidentemente, a aplicação disso é muito difícil. Sempre corremos riscos em dizer coisas assim, porque existem pessoas que estão mais do que prontas para abandonar as suas responsabilidades, ou que sequer gostam de assumi-las. Elas simplesmente estariam prontas e muito felizes em transferir suas tarefas domésticas para outra pessoa, enquanto cultivariam sua vida devocional. O Senhor precisa salvaguardar esta palavra. Precisamos reconhecer o seguinte: que o inimigo irá construir os seus melhores argumentos sobre a responsabilidade e o dever para nos impedir de orar, então, se percebermos que a oração está completamente descartada, ou reduzida ao ponto que seja completamente inadequada para uma vida espiritual ascendente e de vitória, devemos dizer: ‘Senhor, entregarei a responsabilidade a Ti enquanto oro, confio que o Senhor não irá permitir que a minha interrupção neste momento provoque danos, e que o Senhor guardará esta hora de oração da invasão do inimigo – pois a busco para Tua glória”.

O princípio do dízimo realmente funciona, até mesmo nessa questão. Dê a Deus a Sua porção, o Seu espaço, e descobrirá que quando tiver dado ao Senhor o Seu décimo, será capaz de fazer mais com os nove décimos que sobraram do que você poderia fazer com todos os dez. Este princípio funciona. Mas haverá um combate para orar, e a necessidade é de um forte, poderoso, deliberado e determinado permanecer em Cristo, por meio da vitória de Sua Cruz, para começar a orar, trazendo o valor pleno da vitória da cruz do Senhor Jesus para garantir a oração e remover o inimigo do terreno, de modo que este esteja guardado. É como aconteceu com Sama, quando ficou no terreno cheio de lentilhas com a espada em suas mãos e, sozinho, lutou contra os Filisteus, defendendo aquele terreno, e o Senhor operou um grande livramento [2Sm 23:11]. O terreno de lentilhas pode representar o nosso terreno de oração, que precisa ser defendido contra o inimigo na plenitude da vitória do Calvário. Há um combate para orar. Temo que temos muito frequentemente aceitado a situação de que não será possível orar agora mesmo, ou que as coisas estão estabelecidas de maneira que torna quase que fora de cogitação orar. Sim, assim será, se o Diabo tiver o seu espaço; tudo acontecerá para tornar a oração impossível. Esta é uma de suas táticas. Temos que limpar o terreno para a oração na vitória do Nome do Senhor, e por Sua Cruz. A Cruz é tão eficaz em guardar o momento da oração, se nós a aplicarmos, como é em qualquer outra área.

Porém, devemos iniciar a oração na base da vitória. Devemos assumir esta atitude, que será, cada vez mais, necessária: ‘Agora devemos orar. Tudo torna a oração impossível no lado humano, mas, Senhor, suplico na vitória do Calvário por um tempo e um espaço livre para a oração’. Devemos permanecer baseados nessa vitória, o que pode representar perseverança até chegarmos lá. Não serão apenas as muitas coisas que nos pressionarão por meio de circunstâncias e acontecimentos externos, para não deixar nenhum espaço para o tempo de oração. Quão verdadeiro é que, quando realmente nos ajoelhamos, ainda assim a oração sofre resistência! Pode não ser nada exterior, uma campainha ou telefone tocando, nem alguma pessoa chamando. Podemos estar no silêncio do nosso próprio quarto e de joelhos, e, então, uma poderosa atividade perturbadora tem início. Pode não ser algo físico. Podemos subitamente desenvolver uma consciência a respeito de algo físico que não ocorria momentos antes, e isto irá ameaçar todo o nosso momento de oração, de modo que descobrimos que fisicamente deveremos erguer um tremendo fardo, muito opressivo. Podemos até desenvolver sintomas de doenças, que não tínhamos a menor consciência antes. Esses são fatos. Então, condições mentais podem surgir, do meio do nada. Imediatamente, percebemos o influxo de mil e uma coisas na mente! E começamos a refletir a respeito de coisas que não nos incomodavam até então. E o que dizer sobre aquele senso de dormência, frieza, distância e fantasia que nos acomete em alguns momentos? Se orarmos audivelmente, nossa voz parece estranha e distante, e parecemos estar falando palavras ao vento. Todas essas coisas, e muitas outras, nos sobrevêm quando nos propomos a orar. Elas surgem bem no início, e por um momento enfrentamos todo tipo de desencorajamento e restrição para orar, e, se tomarmos os primeiros cinco, dez ou quinze minutos como critério, desistiremos, iremos parar e fazer outra coisa.

Sim, o inimigo está pronto para impedir a oração, e há uma fase dessa batalha que deve ser vencida para conseguirmos orar. Repito, talvez isto não seja nada novo para você – a menos que, naturalmente, você nunca tenha tido uma vida de oração, ou nunca assumiu seriamente esse encargo. Mas não estou falando tudo isto para informá-lo. Digo para que possamos reconhecer que esse é um chamado para o combate. É o combate dos santos conseguir orar, e não somente permanecer orando. Existe esse aspecto da atividade do inimigo que é de impedir a oração, e superar isto é uma batalha. Deveremos ‘permanecer firmes’, tomando uma posição, e resistindo em oração, em favor da própria oração.

Espero que abordar isso, que é um fato tão real na nossa experiência, venha a gerar o efeito de fazer-nos reconhecer que no futuro, nossa vida de oração não se desenvolverá se o inimigo puder impedir, e se vamos conseguir vencer, e ela se desenvolver, então deveremos aguentar firme. Ela não irá simplesmente surgir do nada, nem seremos simplesmente plantados nela. Nunca seremos impelidos à uma poderosa vida de oração, nem caminharemos com facilidade em direção a ela. Descobriremos que há conflito e batalha para consegui-la, que o inimigo usará todo tipo de coisa que ele tiver sob seu comando sobrenatural para impedi-la. Nós teremos que lutar pela nossa vida de oração, e, quanto mais avançarmos com o Senhor espiritualmente, mais atestaremos desse fato. O ponto não é que o inimigo esteja pronto para nos impedir de ter uma vida pessoal de oração. Não é contra isto que ele se opõe. É contra o testemunho do Senhor Jesus que ele luta, e esse testemunho está intimamente ligado à vida de oração do povo do Senhor. Nós, enquanto indivíduos, seres humanos, não significamos nada para o inimigo. Nossa importância está relacionada àquilo que está associado a nós, e naquilo que somos associados em Cristo – Seu senhorio e Sua glória.

O que Está Envolvido na Oração

Será que não te ocorre que esta resistência à vida de oração por parte do inimigo implica, ou declara e proclama pelo aspecto positivo, que a glória e a honra do Senhor, Seu nome e Seu testemunho estão proeminentemente assegurados pela oração? Se este é o ponto focal da atividade do inimigo, isso significa que os interesses mais elevados do Senhor se beneficiam da oração, estabelecendo-a em primeiro lugar. Isto, novamente, não é novidade, mas é apenas uma ênfase a respeito desse fato do inimigo estar sempre tentando colocar a oração em último lugar. Ele tentará apresentar qualquer outra coisa relacionada ao Senhor como uma prioridade à oração. Não importa como colocamos essa questão, ou o que dizemos para o povo de Deus a esse respeito, não conseguimos leva-los a compreender. 'Oh, hoje à noite é apenas uma reunião de oração!’ No domingo à noite, quando temos o ministério da Palavra e a pregação, contamos com a presença maciça das pessoas, mas na reunião noturna de oração ela talvez contará com mais da metade da capacidade. E isto considerando que no domingo à noite mencionamos que nosso principal ministério é a oração, e que tudo mais perde o valor se a nossa vida de oração fracassar! Podemos falar tudo o que quisermos a esse respeito, enfatizar e acentuar, não faz qualquer diferença. Devo confessar que fico muitas vezes perplexo com o fato de que muitas pessoas realmente espirituais – e dou a elas esse crédito – se espremam em reuniões de pregações e conferências, mas sejam raramente vistas em reuniões de oração, deixando a cargo de tão poucos sustentar a vida coorporativa de oração da assembleia.

Sim, é como se ouvir uma pregação fosse a coisa principal, e obter ensino bíblico fosse o mais importante. Não, caro amigo! Não, absolutamente! Tudo isso pode se tornar vital, vivo e eficaz desde que nossa vida de oração, individual e corporativamente, seja mantida forte e tenha a primazia. Assim, receba a qualquer que seja a correção na palavra, pois essa é a verdade, não é? Todos nós temos sido culpados disso, e precisamos dizer a nós mesmos: “Tu és o homem” [2Sm 12:7]. Precisamos ter a mesma estimativa do Senhor sobre o valor da oração, e, percorrendo Sua Palavra, descobriremos que Ele estima a oração acima de qualquer outra coisa, dentre Seu povo. Olhe para a Sua própria vida! Que espantoso que Ele, na qualidade de Filho de Deus, considerando tudo o que Ele era, ainda assim mantivesse tal vida de oração! "Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava" [Mc 1:35] ou "passou a noite orando a Deus" [Lc 6:12]. Sim, Ele orava!

Será que já te ocorreu que algumas das revelações mais gloriosas da verdade que temos na Bíblia foram concedidas em orações? Leia aquelas orações de Paulo em Efésios e Colossenses! "Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai" [Ef 3:14], e daí ele prossegue com sua oração, e nela temos uma revelação incomparável. Veio em uma oração, de modo que o nosso ensino se baseia na vida de oração de um homem. Nossa luz, em seu verdadeiro valor, vem da oração, e não há nenhuma luz com real valor que não seja nascida de oração. Todo o valor da verdade depende da oração que está por trás dela, de modo que nossas conferências, reuniões, palestras, e toda a verdade que recebemos, permanecerá como algo muito negativo, se não houver uma vida de oração proporcional da nossa parte em relação a ela. Devemos orar antes e orar depois, e sinto que após uma conferência a coisa a se fazer é começar a orar mais do que nunca, baseados do que nos foi dito, apresentando tudo ao Senhor. Se fizéssemos isto, quanto mais fruto haveria a partir de nossas conferências! Ao invés de ter a verdade em nossos cadernos, deveríamos tê-la em nossas vidas. Ao invés de estarmos tão familiarizados com a verdade, estaríamos experimentando o seu poder operante, se nos voltássemos ao Senhor em oração. Ninguém está mais consciente da necessidade dessa verdade do que eu neste momento, mas nós estamos compartilhando dessas coisas e creio que todos nós as estaremos guardando no coração. Oh, que dia será esse quando teremos a reunião de oração tão lotada quanto qualquer outra conferência, e isso não pelos números, mas pelo reconhecimento do lugar proeminente da oração. Isso apenas demanda uma compreensão do valor que Deus dá a oração, para que a consideremos como tão importante quanto qualquer conferência. Que o Senhor leve isto a queimar em nossos corações, pois esta é a obra proeminente – a oração.

Apesar de não ter falado algo grande, é de extrema importância. Vamos nos lembrar da palavra relacionada à determinação do inimigo de impedir a oração. Vamos prosseguir para evidenciar que se o inimigo não puder impedi-la, tentará interrompê-la, e, se ele falhar nessa segunda empreitada, tentará destruí-la posteriormente. Há outros aspectos, mas talvez já tenhamos visto o suficiente para nos colocar em uma posição muito definida em relação a assumir nossa vida de oração em nome do Senhor.

Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.